Sport, Sport
Assistir aos jogos do Sport devolve-me uma inocência que há muito perdi.
Eu-menino, cuja única preocupação era com quem brincar, via meu pai com o ouvido atento à narração do jogo - esbravejava de quando em vez com um jogador quando este fazia besteira; quando acertava, fazia as pazes, enchia-o de elogios. Ficar triste, quando o leão perdia, ficava, mas não era motivo para não torcer com paixão renovada no próximo jogo. Era festa quando ganhava. A resenha rolava solta na rua com os rivais e com os seus. Era a sua maneira de brincar, na sua adultice. Não tenho recordações quando da Copa do Brasil de 2008 - competição esta que foi vencida pelo Sport, aguerridamente, sobre o Corinthians. Magrão, Durval, Carlinhos Bala, Romerito e tantos outros que fizeram a alegria de milhares de pernambucanos, inclusive do meu pai. Nessa época eu não gostava de futebol, não entendia a sinergia entre a torcida e os jogadores, a magia do gol, o sofrimento quando se está atrás do placar… Tinha 14 anos. Pouco sabia sobre as coisas da vida. 16 anos depois, continuo sabendo pouco sobre a vida, mas, hoje, entendo por que meu pai se emocionava tanto naquela época. Sport, Sport: uma razão para viver…
Subindo para primeira divisão ou não, o Sport estará sempre no meu coração.
Eis uma metáfora: toda vez que vejo o Sport jogar, vejo meu pai feliz da vida me abraçando e volto à inocência da infância.