Meu Natal na Infância
*** Moramos no interior, quando pequena, eu e minha irmã, durante o Natal, não tinhamos muitos presentes. Os que tinhamos, ganhávamos de nossas tias do Rio de Janeiro, que vinham nos visitar, algumas vezes.
*** Papai não era religioso, mas deixava que frequentássemos a Igreja Católica que íamos todos os domingos com nossas coleguinhas...Ele achava que nós é que deveríamos escolher a nossa religião, tanto que eu me batizei com nove anos e minha irmã com onze, na Igreja de Nossa Senhora da Penha, aqui no Rio de Janeiro.
*** Papai dizia que Papai Noel não existia, mas o meu primo também da minha idade (# de 1 ano)dizia ter visto Papai Noel colocar um presente nos seus sapatos durante a noite... Eu então ficava na dúvida! "Será que Papai Noel existe mesmo?" Mas papai disse que não! Que são os próprios pais que dão presentes para os filhos. Mas, que ele não tinha dinheiro para nos dar presente caros... Tínhamos,pois, bonecos de papelão (fabricavam muitos nessa época) vestidos com papel crepom, se não me engano... Ganhei um bonequinho que que engatinhava, dando-lhe corda, minha irmã ganhou uma boneca de biscuim, de tios do Rio. Uma vez ganhamos paraquedas japoneses...
Soltava-os bem alto e eles desciam abertos vagarosamente... Lindo! Mas prometi dá-lo a uma coleguinha, embora o meu primo disse que eu tinha prometido a ele... Daí gerou uma briga entre as famílias, que ficaram de mal longos anos... Fiquei pensando se a culpa era minha... Mas, criança é criança, a gente quer agradar gregos e troianos, dá nessa confusão!
*** Bem, eu nunca tive velocípede, pianinho e outros brinquedos que meus vizinhos ganhavam e eu ficava pensando como seria bom andar de velocípede, mas nem porisso tinha inveja deles. Fomos educadas a não querer mais do que podemos ter... Papai trabalhava na Rede Ferroviária, em Valença e mamãe costurava muito para fóra até altas horas da noite, para pagar o aluguel e comprar coisas de necessidades para nós. Porém, andávamos sempre bem vestidas, e todos chegavam às janelas para nos ver sair, o que me deixava encabulada...
*** Certa vez, um casal de amiguinhos, nossos vizinhos, trouxeram seus brinquedos, eram bonecas que haviam ganho tanto quanto nós, eu e minha irmã... Tinhamos curiosidade para saber o que havia dentro delas... Então não sei de quem foi a idéia de pegar um martelo e todos, ao mesmo tempo, quebramos as cabeças das bonecas... sem remorsos...
*** Mas, voltando ao Natal, nós trocávamos figurinhas e santinhos com os coleguinhas, não era muito costume no interior dar presentes e mais presentes durante o Natal...
Talvez fizessem isso as famílias ricas... Mas, tinhamos bolo, licor de anis e hortelâ, pudim, manjar de côco, que eu gostava muito. E tinha também uma massa de biscoito, italiana, que colocávamos mel de abelha por cima. Coisa que minha avó ensinou para a mamãe, naturalmente! Isso já bastava para nós! Ainda tenho alguns santinhos daquela época, das amiguinhas, umas já falecidas, outras distantes... como recordação dessa época de ingenuidade, folguedos e muita alegria... E o nosso Natal passava assim,
sem muitas festividades, mas coerente com nossas posses! Se todos os pais educassem os filhos desta maneira, a sociedade viveria melhor, sem cobiça, sem inveja, sem assaltos...Crença minha! <><><> DESEJO UM FELIZ NATAL com UNIÃO NA FAMÍLIA e um ANO DE 2006 MUITO PROMISSOR PARA TODOS OS AMIGOS POETAS E PROSADORES deste RECANTO das LETRAS, que também considero UM RECANTO DE SONHOS! Á M É M ! <><><>
*** Moramos no interior, quando pequena, eu e minha irmã, durante o Natal, não tinhamos muitos presentes. Os que tinhamos, ganhávamos de nossas tias do Rio de Janeiro, que vinham nos visitar, algumas vezes.
*** Papai não era religioso, mas deixava que frequentássemos a Igreja Católica que íamos todos os domingos com nossas coleguinhas...Ele achava que nós é que deveríamos escolher a nossa religião, tanto que eu me batizei com nove anos e minha irmã com onze, na Igreja de Nossa Senhora da Penha, aqui no Rio de Janeiro.
*** Papai dizia que Papai Noel não existia, mas o meu primo também da minha idade (# de 1 ano)dizia ter visto Papai Noel colocar um presente nos seus sapatos durante a noite... Eu então ficava na dúvida! "Será que Papai Noel existe mesmo?" Mas papai disse que não! Que são os próprios pais que dão presentes para os filhos. Mas, que ele não tinha dinheiro para nos dar presente caros... Tínhamos,pois, bonecos de papelão (fabricavam muitos nessa época) vestidos com papel crepom, se não me engano... Ganhei um bonequinho que que engatinhava, dando-lhe corda, minha irmã ganhou uma boneca de biscuim, de tios do Rio. Uma vez ganhamos paraquedas japoneses...
Soltava-os bem alto e eles desciam abertos vagarosamente... Lindo! Mas prometi dá-lo a uma coleguinha, embora o meu primo disse que eu tinha prometido a ele... Daí gerou uma briga entre as famílias, que ficaram de mal longos anos... Fiquei pensando se a culpa era minha... Mas, criança é criança, a gente quer agradar gregos e troianos, dá nessa confusão!
*** Bem, eu nunca tive velocípede, pianinho e outros brinquedos que meus vizinhos ganhavam e eu ficava pensando como seria bom andar de velocípede, mas nem porisso tinha inveja deles. Fomos educadas a não querer mais do que podemos ter... Papai trabalhava na Rede Ferroviária, em Valença e mamãe costurava muito para fóra até altas horas da noite, para pagar o aluguel e comprar coisas de necessidades para nós. Porém, andávamos sempre bem vestidas, e todos chegavam às janelas para nos ver sair, o que me deixava encabulada...
*** Certa vez, um casal de amiguinhos, nossos vizinhos, trouxeram seus brinquedos, eram bonecas que haviam ganho tanto quanto nós, eu e minha irmã... Tinhamos curiosidade para saber o que havia dentro delas... Então não sei de quem foi a idéia de pegar um martelo e todos, ao mesmo tempo, quebramos as cabeças das bonecas... sem remorsos...
*** Mas, voltando ao Natal, nós trocávamos figurinhas e santinhos com os coleguinhas, não era muito costume no interior dar presentes e mais presentes durante o Natal...
Talvez fizessem isso as famílias ricas... Mas, tinhamos bolo, licor de anis e hortelâ, pudim, manjar de côco, que eu gostava muito. E tinha também uma massa de biscoito, italiana, que colocávamos mel de abelha por cima. Coisa que minha avó ensinou para a mamãe, naturalmente! Isso já bastava para nós! Ainda tenho alguns santinhos daquela época, das amiguinhas, umas já falecidas, outras distantes... como recordação dessa época de ingenuidade, folguedos e muita alegria... E o nosso Natal passava assim,
sem muitas festividades, mas coerente com nossas posses! Se todos os pais educassem os filhos desta maneira, a sociedade viveria melhor, sem cobiça, sem inveja, sem assaltos...Crença minha! <><><> DESEJO UM FELIZ NATAL com UNIÃO NA FAMÍLIA e um ANO DE 2006 MUITO PROMISSOR PARA TODOS OS AMIGOS POETAS E PROSADORES deste RECANTO das LETRAS, que também considero UM RECANTO DE SONHOS! Á M É M ! <><><>