Chinelinhos na janela
Sou do tempo em que, na noite de Natal, a gente colocava os chinelinhos na janela para receber o presente de Papai Noel. Bons tempos, aqueles!!!
Hoje, os chinelinhos desaparecem antes da meia-noite e querem saber porquê? Os ladrões se antecipam à chegada do bom velhinho, e os levam pros infernos.
Quando ouvi minha neta Catarina, na exuberância dos seus quatro anos, dizer que seus chinelinhos lilás estarão na sua janela aguardado o velho Noel, lágrimas rolaram-me pela face, acentuando mais ainda as dobras que os anos me trouxeram.
Mas nunca lhe direi: não faça. Não tenho o direito de destruir-lhe os sonhos, inclusive, o de acreditar que Papai Noel existe. Mais tarde ela vai descobrir que Papai Noel não passa de uma doce mentirinha.
Sou favorável a troca de presentes na festa de Natal, desde que me poupem de ir às compras. Fico atordoado e perdido em meio à confusão que se instala no comércio, nos dias que antecedem a festa do Nascimento.
Para não passar por esse sufoco, faço minha feira natalina três meses antes do aniversário do Senhor Menino, como O chamava Rachel de Queiroz. As compras de última hora, fazem-nas Ivone, a quem entrego meu cartão de crédito, sem estabelecer limites de gastos.
Não sou de escolher presentes. Aceito-os, quaisquer que sejam eles. Inclusive os que me não serão de grande utilidade. Recebo-os, como se deles estivesse necessitando. De repente, alguém aparece e os aproveita.
Aos netos - Catarina, Davi e Bernardo - dou brinquedos. Como é bom dar brinquedos!
Aos amigos e à parentela dou livro ou perfume. Certo de que nada supera uma boa leitura; e nada é tão agradável como uma lavanda, cujo cheiro é sentido à distância...
Mas o melhor presente ainda é aquele que a gente dá a quem não nos pediu; ou a quem não conhecemos.
Por isso, aplaudo os Noeis improvisados que saem por aí distribuindo brindes à garotada pobre, nas noites natalinas.
Não importa se são eles chamados de demagogos, oportunistas, etc. e tal. O certo é que, com sua atitude, eles alegram dezenas de criancinhas que não conhecem os caminhos que levam às famosas lojas de brinquedos; ou aquelas que, tristonhas, ficam a espiá-las, sabendo que nunca chegarão lá...
Ontem, Ivone e eu, tivemos uma inenarrável alegria. Vejam o que nos aconteceu.
Todos os anos, a igreja católica que frequentamos promove o Natal das crianças pobres de uma creche que, há anos, está sob sua guarda e responsabilidade, a creche do Areal, que fica no bairro de Amaralina.
Mas como presentear tanta gente? O casal vai à árvore armada pela Paróquia, e retira dos seus galhos um envelope lacrado.
No envelope, está o nome da criança à qual o casal dará um presente. No dia aprazado, em festa movimentada e prazerosa, o brinde é entregue.
Por que uma inenarrável alegria?
Pasmem! A criança pela qual ficamos responsáveis chamava-se Catarina.
Tivemos, então, que dar presentes a duas Catarinas: um à nossa neta, que nada lhe falta; e outro à Catarina da creche, possivelmente, a única boneca que ela receberá, no Natal de 2007.
Nota - Na foto, Catarina Jucá, minha neta.
Sou do tempo em que, na noite de Natal, a gente colocava os chinelinhos na janela para receber o presente de Papai Noel. Bons tempos, aqueles!!!
Hoje, os chinelinhos desaparecem antes da meia-noite e querem saber porquê? Os ladrões se antecipam à chegada do bom velhinho, e os levam pros infernos.
Quando ouvi minha neta Catarina, na exuberância dos seus quatro anos, dizer que seus chinelinhos lilás estarão na sua janela aguardado o velho Noel, lágrimas rolaram-me pela face, acentuando mais ainda as dobras que os anos me trouxeram.
Mas nunca lhe direi: não faça. Não tenho o direito de destruir-lhe os sonhos, inclusive, o de acreditar que Papai Noel existe. Mais tarde ela vai descobrir que Papai Noel não passa de uma doce mentirinha.
Sou favorável a troca de presentes na festa de Natal, desde que me poupem de ir às compras. Fico atordoado e perdido em meio à confusão que se instala no comércio, nos dias que antecedem a festa do Nascimento.
Para não passar por esse sufoco, faço minha feira natalina três meses antes do aniversário do Senhor Menino, como O chamava Rachel de Queiroz. As compras de última hora, fazem-nas Ivone, a quem entrego meu cartão de crédito, sem estabelecer limites de gastos.
Não sou de escolher presentes. Aceito-os, quaisquer que sejam eles. Inclusive os que me não serão de grande utilidade. Recebo-os, como se deles estivesse necessitando. De repente, alguém aparece e os aproveita.
Aos netos - Catarina, Davi e Bernardo - dou brinquedos. Como é bom dar brinquedos!
Aos amigos e à parentela dou livro ou perfume. Certo de que nada supera uma boa leitura; e nada é tão agradável como uma lavanda, cujo cheiro é sentido à distância...
Mas o melhor presente ainda é aquele que a gente dá a quem não nos pediu; ou a quem não conhecemos.
Por isso, aplaudo os Noeis improvisados que saem por aí distribuindo brindes à garotada pobre, nas noites natalinas.
Não importa se são eles chamados de demagogos, oportunistas, etc. e tal. O certo é que, com sua atitude, eles alegram dezenas de criancinhas que não conhecem os caminhos que levam às famosas lojas de brinquedos; ou aquelas que, tristonhas, ficam a espiá-las, sabendo que nunca chegarão lá...
Ontem, Ivone e eu, tivemos uma inenarrável alegria. Vejam o que nos aconteceu.
Todos os anos, a igreja católica que frequentamos promove o Natal das crianças pobres de uma creche que, há anos, está sob sua guarda e responsabilidade, a creche do Areal, que fica no bairro de Amaralina.
Mas como presentear tanta gente? O casal vai à árvore armada pela Paróquia, e retira dos seus galhos um envelope lacrado.
No envelope, está o nome da criança à qual o casal dará um presente. No dia aprazado, em festa movimentada e prazerosa, o brinde é entregue.
Por que uma inenarrável alegria?
Pasmem! A criança pela qual ficamos responsáveis chamava-se Catarina.
Tivemos, então, que dar presentes a duas Catarinas: um à nossa neta, que nada lhe falta; e outro à Catarina da creche, possivelmente, a única boneca que ela receberá, no Natal de 2007.
Nota - Na foto, Catarina Jucá, minha neta.