O NATAL REVISITADO
Nesses dias pontuais de final de ano convivo com o agridoce da fermentação, que é vida de antes e de agora. Porém, gostoso e grácil é o mastigar do “panetone” e que vai além da sensação tátil da massa e da singular doçura dos frutos cristalizados. Esquecera-me de que a alma é borboleta noturna. Mariposa, talvez, encantada com a iluminura da festa no entorno e nas artérias. Jaz em mim a insensatez que pressente o Absoluto e dilata territórios para além da ponte que se vivifica entre mim e o que mora nos limites do choro e do riso. Jaz no físico o que não é corpo, mas a celebração do sentir na multiplicação do vinho e dos pães. Assim é o amor (de mim) que some nas entranhas e revive nas pupilas do Menino.
– Do livro A VERTENTE INSENSATA, 2017.
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