A força do continuar
O que há em dezembro que tudo sugere harmonia? Seria o décimo terceiro salário, as férias, a festa da colheita, a transição ou simplesmente uma comemoração religiosa? Seja como for, dezembro é fantástico. Ele representa a chegada e o recomeço. Enfim, a força do continuar.
Dia desses, conversando com Papai Noel pude certificar-me da complexidade da fantasia. Abracei o direito de sonhar e chorei nos ombros da inocência. Oras bolas... Papai Noel não existe. Todos sabem. Realidade nua e crua. Pra quê ilusão num mundo de ciências exatas e cálculos precisos? Pura perda de tempo.
O que me alegra é que o velho Noel está (ou não?) dentro de cada um e foi ali que nos encontramos e conversamos. Falamos da sociedade justa, fraterna e igualitária. Utopia. Sim! Utopia. Mas é este o combustível do sentimento e não há por onde, nem pra onde fugir. O mundo existe porque alguém sonha e se assim não fosse, o desejo de lutar pela sobrevivência já teria sucumbido.
- Papai Noel que está dentro de mim, saia pelo meu sorriso afora em socorro da esperança. Fale que o brinquedo deste ano é um passeio de trenó pelos caminhos da imaginação. Ah! Papai Noel! Se o homem se preocupasse com a gastronomia da alma, a gula não seria pecado.
- Ah! Papai Noel que está dentro de mim... Seu carmesim percorre minhas veias como um raio em direção à terra. Solte-se meu querido velho, das “asas” de seu trenó! Abra os braços e venha voar também dentro do meu universo. Venha que eu acredito! Ele é pequeno, mas é um mundo que venceu as barreiras, as cercas e as fronteiras. Venha meu querido velho! Venha que o tempo é curto e o Natal passa logo.
A mesa está posta. A ceia se aproxima. O exército dos céus está em júbilo. O aniversariante nos espera. Já é hora de cantar parabéns. Feliz Natal!!!
Carlos Alberto Fiore. Publicado entre os anos de 1994/95, no Jornal “O Cidadão” – Limeira SP