Imaginemos o Natal de 2015 anos passados, nos dias de hoje!
Imaginemos o Natal de 2015 anos passados, nos dias de hoje!
Você esta confortavelmente instalado em sua casa, com toda segurança que os aparatos nos resguardam, num clima quente, porem refrescado no seu ambiente com ar-condicionado; eis que de repente um casal desconhecido bate a sua porta pedindo abrigo, porque a mulher esta em processo de parto.
O noticiário não cansa de avisar dos assaltos, dos portadores de doenças transmissíveis, e nós, por cautela, nem abrimos a porta, dizem bem distante que nada temos pra ajudá-los.
Imaginemos ser um casal daqueles imigrantes refugiados da Síria, gente como a gente, que deixou tudo, mas tudo mesmo, casa, roupas, pertences pessoais, recordações, documentos estão de mãos vazias, sem recursos financeiros, saúde precária e nos pedem um abrigo.
Nós com tudo que temos, tememos perder qualquer conquista conforto, etc. Assim, de medo, negamos se quer ver quem bate a porta, dizendo que nada temos para ajuda-los. Pois não foi assim, que aconteceu com José e Maria há 2015 anos passada em Belém?
Não temos a menor compaixão, com os estranhos, e, estranhos são todos aqueles que não moram conosco. Aliás, nem quem esta conosco temos consideração de assisti-los em primeiro lugar. Somente depois de nos servirmos, de nos saciarmos é que passamos a considerar o próximo, que é o mais próximo.
Estamos carentes de misericórdia. Isto é, de miseri, quer dizer de falta de felicidade, falta de saúde, falta de riqueza, falta de amor. Córdia, quer dizer de coração, de amabilidade, de bondade, de gentileza.
Quando nada temos, nada podemos dar, estamos esgotados, vazios, empobrecidos. Por isso no Natal damos presentes, porque queremos ver no próximo a superação das suas faltas.
É nesse Espirito Natalino que a mensagem do nascimento nos traz a novação; precisamos deixar a carência para sermos doadores de caridade, de fraternidade. Deixar o passado sem julgamento, acreditar no por vir com esperança de renovação, isto é, de refazer a novidade, deixando a justiça estrita para a misericórdia divina, a Justiça do amor e do perdão, da caridade.
Era preciso na história do Natal, que ninguém acolhesse o casal, para que eles pudessem mostrar o nascimento não da “criança”, mas do amor, da caridade, da misericórdia, da agregação da família, da união do casal, da partilha dos bens espirituais.
Portanto, façamos nascer em nossos corações o acolhimento do próximo menos próximo, do carente de toda sorte, qual seja do esforço de vontade, da abnegação, da caridade paciente, tolerante, humilde, amável, gentil etc.
Nosso presépio é nossa cidade com todas as suas adversidades, nosso clima de desconfiança, violência, roubos, assaltos, doenças, mas que entre tudo e todos, há de nascer a esperança, o amor, a caridade a tolerância, tudo tão perseguido pela inveja, pela violência, pela ganancia, desonestidade, egoísmo. É preciso fugir com o nascido, para que não seja contaminado com os frutos estragados da cesta comum das boas frutas.
Este és tu criatura individual, personalizada, complicada, viciada, egoísta, que há de acolher a bondade, o amor, a caridade, em fim, a virtude.
José Francisco Ferraz Luz