EU PENSEI QUE FOSSE FILHO DE PAPAI NOEL!

EU PENSEI QUE FOSSE FILHO DE PAPAI NOEL!

Eu, como todo mundo, estou afoito para chegar o Natal e receber meus presentes. Coloquei meu sapato na janela, escrevi cartinhas para Papai Noel, tudo para esperar o velhinho de barba branca e sorriso ho ho ho. Eu não sou muito ganancioso e pedi o suficiente, se é que o necessário seja o bastante.

Usei até de e-mails, pois sei que a tecnologia também chega ao polo norte; terra onde ele vive. E, assim, fiz uma lista interminável de pedidos e apelos. Comecei falando, no e-mail, que, esse ano, fui bom, escrevi minhas crônicas, semanalmente, fiz alguns versos poéticos, rezei algumas vezes, pois não sou de abusar o Senhor e paguei minhas contas e empréstimos mesmo com dificuldades. Só não fui um exemplo, pois sonhei traindo minha mulher com Luana Piovani; quase que a casa caiu. Com um verso, ao pé do ouvido, e um cartão de crédito, tudo perdoado. Realmente, eu fiz quase tudo correto e espero que Papai Noel não esqueça o meu endereço.

Sendo assim, eu pedi para Papai Noel que escrevesse ordem e progresso no âmago do poder. Fiz até um apelo, que ele trouxesse, em seu saco vergonha na cara para políticos corruptos. Implorei para que ele não se esquecesse de trazer seriedade para o judiciário e que também não deixasse de trazer as algemas para prender a falta de vergonha de um sistema falido. Quis também caneta, papel e livros, para ensinar aos nossos professores (me incluo também) que educação é o futuro da nação. Pedi para ele trazer decência, seriedade e respeito; tudo que, por aqui, não encontro em lojas. Ainda insisti para ele não esquecer de trazer escrito e assinado que o poder emana do povo. Enviei, então, meus pedidos!

Hoje, abrindo minha caixa de e-mails, recebi a resposta, antecipadamente, de Papai Noel e ele escreveu: Sou Papai Noel e não Deus e, antes que eu me esqueça, pare de encher meu saco com pedidos impossíveis; ele já ‘tá cheio demais. Pois é, acho que vou ganhar o que todo brasileiro ganha....

Mário Paternostro