Natal, para além do romantismo
Com todo respeito à liberdade de expressão seja religiosa, cultural, mística ou de qualquer ordem, espiritual ou não...
Com respeito e tolerância à todas as crenças e no exercício do direito de expressar meu pensar, me permito provocar esse breve questionamento...
Também sou romântica, nada contra... gosto de receber rosas, especialmente, quando junto à beleza do gesto, há o perfume do amor... Todavia, o romantismo que questiono aqui, é a visão romantizada do Natal... Quando a reflexão passa ao largo e não se questiona o óbvio, corre-se o risco de não desmistificar aparentes ou inquestionáveis verdades... Aprofundamento passa por perguntar por exemplo, quem não se encantaria com a magia de uma noite natalina? Não parece um sonho, saído dos contos de fada? E, superando a fantasia é possível aprofundar outras questões?
Quais os objetivos: reais, fictícios ou com que intencionalidade difunde-se essa simbologia há mais de dois mil anos, com interesses de quem e para quem?
Talvez seja significativo, perguntar mais sobre o enredo, o cenário, os personagens, o epílogo, enfim...
Como não sensibilizar-se com a saga de um casal migrante, peregrinos em terra estranha, a esposa prestes a dar luz e, tarde da noite sem a dignidade de um abrigo e acabam por alojar-se numa estrabaria...
Como animais, humilde e docilmente, recolhem-se a sua insignificância e cedem espaço para o pequenino deitar.... e, miraculosamente, as palhas ásperas e barulhentas, tornam-se macias e aconchegantes...
Pobres, conformai-vos!
Sempre haverá um lugar, ainda que indigno, sempre haverá...
Porém, despertem desse sono profundo da espera pela magia de um milagre... Os animais da injustiça e da exclusão social, não cedem espaços gratuitamente, quiçá a aspereza da fome se fará dócil e mansa...
Anjos e querubins unem vozes a cantar e, as estrelas, espontaneamente, iluminam a noite. Uma em especial, torna-se guia do lugar. Seguindo-a, chegam pastores com pequeninas ovelhas para agradar o menino...
Da mesma forma, atravessam desertos, poderosos senhores... Reis vem conhecer e presentear a criança. Depois de adora-la na simplicidade da manjedoura, com a consciência tranquila, já podem retornar ao conforto de seus palacetes para em meio ao poder e a riqueza, dar continuidade ao seu costumeiro regozijar...
Coincidentemente, ou não... ainda hoje presencio palacianos (as), nesta época propícia, descer de suas majestades e subir os morros, num momento de profunda compaixão às crianças do morro presentear...
Oh, quão sensíveis corações!
A criatividade humana não tem limites...
Os contos livrescos continuaram e o capitalismo agradecido também continua a referendar essa, e outras historinhas de interesses para além das necessidades emocionais e afetivas...
Quem teve a brilhante ideia dessa metáfora nos contar?
A família perfeita: papai, mamãe e o filhinho... Ainda, que vencida a discriminação da mãe solteira, o pai ao aceitar a situação, une o sagrado e o profano, tornando-se a 'sagrada família'. O modelo de família que o aparelho psiquíco passa a vida toda a perseguir...
Os contos de fada, de uma maneira ou outra reproduzem essa visão utópica, baseada no desejo humano de transcender o real na busca constante pelo ideal.
E, longe da pretensão de adentrar a esfera da Psicologia, mas... que Freud explica, explica! E se, não refletirmos sobre isso, continuaremos reféns dos pais de nossa infância pela vida afora...
Então, buscando a etimologia da palavra Natal, esta nos reporta a nascimento. Nascimento é vida nova!
Vida nova que precisamos construir dentro da gente...
Ele não é um ser distante, tampouco um deus egóico, de desejos insaciáveis de adoração divina e louvores celestiais...
Ao contrário, é o deus da vida e, vida em abundância!
Cuida da tua vida, e estarás louvando-o, ele está contigo sempre!
A manjedoura é o teu ser, cada conquista tua, é ele a renascer em ti diariamente...
Tu és morada dele, creia em ti e terás Natal de transformação todos os dias, ao invés de um Natal de acomodação uma vez ao ano...
Boas festas!!!
Com todo respeito à liberdade de expressão seja religiosa, cultural, mística ou de qualquer ordem, espiritual ou não...
Com respeito e tolerância à todas as crenças e no exercício do direito de expressar meu pensar, me permito provocar esse breve questionamento...
Também sou romântica, nada contra... gosto de receber rosas, especialmente, quando junto à beleza do gesto, há o perfume do amor... Todavia, o romantismo que questiono aqui, é a visão romantizada do Natal... Quando a reflexão passa ao largo e não se questiona o óbvio, corre-se o risco de não desmistificar aparentes ou inquestionáveis verdades... Aprofundamento passa por perguntar por exemplo, quem não se encantaria com a magia de uma noite natalina? Não parece um sonho, saído dos contos de fada? E, superando a fantasia é possível aprofundar outras questões?
Quais os objetivos: reais, fictícios ou com que intencionalidade difunde-se essa simbologia há mais de dois mil anos, com interesses de quem e para quem?
Talvez seja significativo, perguntar mais sobre o enredo, o cenário, os personagens, o epílogo, enfim...
Como não sensibilizar-se com a saga de um casal migrante, peregrinos em terra estranha, a esposa prestes a dar luz e, tarde da noite sem a dignidade de um abrigo e acabam por alojar-se numa estrabaria...
Como animais, humilde e docilmente, recolhem-se a sua insignificância e cedem espaço para o pequenino deitar.... e, miraculosamente, as palhas ásperas e barulhentas, tornam-se macias e aconchegantes...
Pobres, conformai-vos!
Sempre haverá um lugar, ainda que indigno, sempre haverá...
Porém, despertem desse sono profundo da espera pela magia de um milagre... Os animais da injustiça e da exclusão social, não cedem espaços gratuitamente, quiçá a aspereza da fome se fará dócil e mansa...
Anjos e querubins unem vozes a cantar e, as estrelas, espontaneamente, iluminam a noite. Uma em especial, torna-se guia do lugar. Seguindo-a, chegam pastores com pequeninas ovelhas para agradar o menino...
Da mesma forma, atravessam desertos, poderosos senhores... Reis vem conhecer e presentear a criança. Depois de adora-la na simplicidade da manjedoura, com a consciência tranquila, já podem retornar ao conforto de seus palacetes para em meio ao poder e a riqueza, dar continuidade ao seu costumeiro regozijar...
Coincidentemente, ou não... ainda hoje presencio palacianos (as), nesta época propícia, descer de suas majestades e subir os morros, num momento de profunda compaixão às crianças do morro presentear...
Oh, quão sensíveis corações!
A criatividade humana não tem limites...
Os contos livrescos continuaram e o capitalismo agradecido também continua a referendar essa, e outras historinhas de interesses para além das necessidades emocionais e afetivas...
Quem teve a brilhante ideia dessa metáfora nos contar?
A família perfeita: papai, mamãe e o filhinho... Ainda, que vencida a discriminação da mãe solteira, o pai ao aceitar a situação, une o sagrado e o profano, tornando-se a 'sagrada família'. O modelo de família que o aparelho psiquíco passa a vida toda a perseguir...
Os contos de fada, de uma maneira ou outra reproduzem essa visão utópica, baseada no desejo humano de transcender o real na busca constante pelo ideal.
E, longe da pretensão de adentrar a esfera da Psicologia, mas... que Freud explica, explica! E se, não refletirmos sobre isso, continuaremos reféns dos pais de nossa infância pela vida afora...
Então, buscando a etimologia da palavra Natal, esta nos reporta a nascimento. Nascimento é vida nova!
Vida nova que precisamos construir dentro da gente...
Ele não é um ser distante, tampouco um deus egóico, de desejos insaciáveis de adoração divina e louvores celestiais...
Ao contrário, é o deus da vida e, vida em abundância!
Cuida da tua vida, e estarás louvando-o, ele está contigo sempre!
A manjedoura é o teu ser, cada conquista tua, é ele a renascer em ti diariamente...
Tu és morada dele, creia em ti e terás Natal de transformação todos os dias, ao invés de um Natal de acomodação uma vez ao ano...
Boas festas!!!