Eu sinto tanta falta do Papai Noel!
Eu sinto tanta falta do Papai Noel!
Eu sinto tanta falta do Papai Noel e da ansiedade de esperar por ele, pois, há muito tempo, minha criança cresceu e com ela, também, amadureceram as minhas quimeras. Eu colocava sempre o sapato embaixo da cama, na esperança de que amanhecesse com aquele tão almejado presente. Hoje, os meus pés caminham sobre as minhas fantasias e a pressa, com que ando, não me deixa parar para pensar na criança de outrora.
Eu enfeitava as árvores e montava o presépio, mas, hoje, não consigo nem adornar a rotina que virou minha vida. Desejo, às vezes, o supérfluo do mundo e sigo o consumo pelo consumismo. Não vejo mais no céu a Estrela do Natal e não acho graça mais com o HO, HO, HO. Meu sorriso comprado a prestação e cínico segue a sociedade e as suas ordens já determinadas.
Eu sempre pensei que Papai Noel existisse e que seu saco sempre estaria abarrotado de presentes, mas,com o passar do tempo, com a dureza do mundo, eu vi que a vida nem sempre chega pela chaminé. Vi que simples brinquedos e simples sonhos não cabem em dias de adulto. Dias frios, plúmbeos, taciturnos e sem a molecagem necessária para bagunçar o dia a dia.
Eu sinto tanta falta do Papai Noel, daquela roupa vermelha e do seu sorriso rouco, mas que fazer se a vida me despertou da fantasia? Que fazer se o mundo quis que eu acordasse das divagações? Talvez, a minha criança cresceu e o meu filho, que nem fora concebido, com a evolução dos tempos, venha sem os sonhos Natalinos. É Natal, Feliz Natal, mas a felicidade plena e a plenitude do amor, parecem ficar esquecidos nos porões do consumismo e em cima de uma mesa farta de comidas que, na manhã seguinte, será requentada e, às vezes, desperdiçada.
Papai Noel, meu sapatinho não fica mais com os pedidos de brinquedos e eu não espero mais ansioso que o Senhor venha, aliás, eu nem sequer sei mais olhar as constelações, quiçá, a Estrela Natalina. Talvez, tenha até esquecido seu sorriso HO, HO, HO e outras tantas coisas. Acho que fiz do Natal uma festa para comer e reclamar que engordei, um pouco, mas,Papai Noel, se possível, traga, em seu saco, de novo pra mim, a criança que eu deixei crescer.
Mário Paternostro