ESPÍRITO DE NATAL

ESPÍRITO DE NATAL

O vocábulo Natal, grafado com inicial maiúscula, etimologicamente, deriva-se do latim "natalis,e", com sentido de nascimento, e no idioma português significa ou adjetiva de "onde algo ou alguém nasceu: cidade natal, ou onde ocorreu o nascimento.

Natal evoluiu do latim natalis, evoluíram também natale do italino, noël do francês, nadal do catalão, natal do costelhano, sendo que a palavra natal do castelhano foi progressivamente substituída por navidad, como nome do dia religioso. Já a palavra Christmas, do inglês, evoluiu de Christes maesse ('Christ's mass') que quer dizer missa de Cristo.

Feita a descrição de origem, como festa religiosa, os seguidores da doutrina Cristã comemoram, em 25/12, o nascimento de Jesus, desde o século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental. Muitos historiadores atribuem que a primeira celebração de Natal se deu em Roma, no ano de 336 d.C.

No mundo moderno, onde o cultivo de valores e da religião estão fora de moda, vou ousar descrever qual deveria ser o verdadeiro espírito de Natal.

Natal é tempo de refletir atitudes, de repensar projetos e redirecionar o rumo de sua existência.

Natal é tempo de purificação, de expelir do interior da alma o ressentimento, a mágoa, a dor, a maldade, a descrença, a tristeza, o orgulho, a arrogância, o cansaço, a vaidade e a inveja, substituindo-os pela alegria, pela paz, pela humildade, pela fé, pela honestidade, pela caridade e pelo amor.

Natal é tempo de mudar o estado de espírito, de renascer o bem e a luz dentro do ser humano. Mudar para melhor e restaurar o tesouro interior que há dentro de cada um. Natal é abrir o coração para que a divindade venha habitá-lo e confortá-lo. Natal é restaurar o tesouro interior que se acha negligenciado dentro de nós.

Natal é tempo de celebrar a graça e o privilégio de estar vivo, de ser saudável, de ser puro, de ser idôneo e de ser humano.

Natal é tempo de renovar os velhos hábitos, de fazer faxina na alma e deixar o novo reinar em nossa vida.

Natal é libertar-se do passado e das perdas, porque transformar é preciso, para que o belo, a prosperidade e a bênção façam morada no nosso presente e no nosso futuro.

Natal é tempo de assunção, assuma Deus na sua vida, que você é divino e eleve-se à dimensão do Paraíso.

Natal é tempo de santificação, busque no poder infinito da oração a doçura, a pureza, a leveza, a brandura, a divindade e o milagre de ser filho do Pai Celestial.

Natal é o ritual do Universo, criado por Deus, que é a energia superior, para que possamos renascer com Cristo e em Cristo; para que reconheçamos o amor eterno e infinito que possuímos dentro de nós; para que acendamos a luz interior; para que nos reinventemos e nos transformemos em criaturas divinas; para que entendamos que o ano termina e outro começa e juntos temos que encerrar ciclos e inovar a vida que também se renova.

Natal é o momento de lembrar quantas coisas boas fomos abençoados de dar vida e também de quantas fomos responsáveis por deixar morrer.

Na verdade, se Natal é nascimento, penso que ele deve ser diário, mas se inviável nascer todo dia, então que seja anual mesmo, porquanto, que sejamos agraciados em fazer nascer a semente do que plantamos; atrair a energia do que desejamos; finalizar o que começamos; e interiorizar a crença em que acreditamos.

Esse de fato é o espírito de Natal: deixar Jesus fazer um parto espiritual em nós e deixá-lo gerir a nossa vida e ditar o norte que devemos seguir a passos firmes, doravante, seja por um dia, seja por um mês, seja por um ano e, quem sabe, seja pela vida inteira.

Em arremate, Natal é um novo tempo, uma nova vida, uma oportunidade de renascer e abrir as portas da alma para que o reino de Deus possa ser extensão em nossa existência, em nosso lar e em nossa família. O importante é que é Natal, com sinos ou sem sinos na catedral, e na catedral ebúrnea dos sonhos nossos há flores e cantos à espera do Jesus menino, que é o Natal. Acaso pretendamos dar presente, que este seja em louvor à celebração da vida, de Cristo e do amor eterno e infinito de Deus, afinal somos todos irmãos de Jesus, matérias primitivas dos elementos naturais, almas gêmeas das estrelas e dos astros: somos a família universal.

Feliz Natal!!!

Anailson/Udi, Dez/2011