Confabulando com a árvore do meu quintal e depois com um amigo, insurgiu essa crônica

 



Que lugar ocupa JESUS
em nossas festas de Natal?







 
Uma pergunta a ser feita  às  pessoas que circulam apressadas pelos shoppings, comprando e comprando, como se Natal fosse só isso: a troca de presentes. Que diferença dos Natais da nossa infância!

Lembro-me do cuidado com que montávamos, em primeiro lugar, o Presépio e depois, a árvore de Natal que na época, não tinha essa profusão de luzes que compõe a fogueira das vaidades e quase chega a nos cegar. Eram só enfeites e velas presas nos galhos! E o Presépio? Também não se assemelhava aos de hoje: belos, criativos, exóticos... Eram montados com o entusiasmo e a simplicidade de um tempo em que família tinha morada certa. Um riacho ou lago interpretado por um pedaço de espelho era quase que obrigatório na composição do cenário. Pedrinhas e musgo colhido na beira da linha do trem  faziam emergir as margens onde ficavam os animais. Carneiros e vacas conviviam ali em terna harmonia. De repente... musgos e arvorezinhas feitas de arame e serragem pintada de verde transformavam-se na mais bela floresta tracejada pela imaginação!

Por volta das onze horas  era hábito a família sair em direção à igreja para assistir a missa do Galo. Na volta, exatamente a meia noite e meia,  nos reuníamos defronte o Presépio para uma pequena oração e depois a ceia! Ah, a ceia deixou lembranças indeléveis e um gosto de ‘quero mais’ perene das receitas tão bem elaboradas por minha mãe e avó. Mas a magia do dia seguinte, quando acordávamos bem cedo para a conferência do que o Papai Noel havia deixado na árvore de Natal era emocionante. Afinal éramos crianças e crianças sonham sonhos que não tem fim. A felicidade era tanta e o mais incrível...  suprida por um só presente para cada um.   Que coisa gostosa essa, de não precisar de muita coisa para fazer um sorriso de criança se alargar, não?
 
Mas o Natal não acabava aí, ainda exigia a família reunida ao redor da mesa para o almoço. Posso ainda  sentir o delicioso cheiro  das comidas e das castanhas cozidas que parecem ter se esvaído com as receitas... mas jamais da doce lembrança que tenho das duas grandes mulheres da nossa família.

E  hoje, confesso que me entristeço quando caminho em meio a tanta confusão, tantos  pacotes, tantos laços, abraços e desejos falsos... sem tempo e espaço para reverenciar AQUELE  que nasce na simplicidade da palha para mostrar ao mundo que a VERDADE não mora na aparência.










 
heleida nobrega
Enviado por heleida nobrega em 19/12/2011
Reeditado em 19/12/2011
Código do texto: T3396538
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