Chegou a infância novamente!

Chegou a infância novamente!

Todo Natal eu ganho olhos infantis,

não adianta o ano ter sido mais duro, mais difícil, mais adulto,viro menina!

Me deixo levar pelo cheiro de rabanada que vem da cozinha ,

e embarco no tempo...

A menina que achava que enganava os pais, fingindo dormir,

para pegar Papai Noel no "flagra".

A menina dos mil brinquedos, que ninguém da vila entendia...porque ela ganhava tantos presentes, e as outras crianças só um?Se os seus pais não eram ricos, de dinheiro, embora não soubessem que eram ricos de amor.

A menina que tinha uma manhã mágica, ao abrir os olhos e ver o quarto lotado de brinquedos.

A menina que rezava a meia noite ao lado do pai, que tentava explicar a ela porque “Papai Noel”, não trazia presentes para todas as crianças, nem tantos...

A menina que vivia a verdadeira magia do Natal!

Porque era mágico!

Esta menina que durante o ano participava de tudo, para que no Natal, não se deixasse lavar pela fartura dos brinquedos e se tornasse fútil.

A menina que gostava de cantar músicas de Natal e enfeitar a casa ao lado da mãe.

A menina que hoje é adulta finalmente entende tanta fartura de brinquedos na infância...

vinham da ausência de infância de um pai cheio de amor para sublimar sua dor, de sua própria infância,

no amor para com a filha.

Vinham da dedicação de uma mãe, que perdera tantos filhos, e só tivera esta menina dos seus olhos.

Hoje esta menina aguarda ainda ansiosamente todos ao anos, pelo Natal, para virar aquela menina novamente, porque a magia continua, a gente cresce, os pais morrem, a vila cheia de crianças vira prédio, mas a magia do amor fica, como única e preciosa herança de pais dedicados,

herança que passou para as novas gerações da família, como verdadeira renovação em Jesus.

Porque amor demais não estraga, não mima, não aliena.

E ainda dizem que a crença em Papai Noel desvia o sentido de Natal

e traumatiza a criança...

Amor nunca é demais! Amor é Jesus!

Augusta Melo

Augusta Melo
Enviado por Augusta Melo em 18/12/2011
Código do texto: T3395708