Abraços!
Na letra de uma de suas canções a Rita Lee diz que “amor é bossa nova e sexo é carnaval”. Invertendo os ângulos: o natal seria o quê? Bem, se fôssemos parodia-la poder-se-ia dizer, entre outras coisas: “fraternidade é caridade, natal é comercial!” Lembro que ano passado abordei esse mesmo tema em relação ao natal... O problema é que o natal é sempre o mesmo: Roberto Carlos, árvores, perus, e muito estímulo às compras. Tudo confeitado pelas palavras e pelas músicas cintilantemente bucólicas com o objetivo de enternecer o bolso dos sensíveis assalariados. Claro que há efeito positivo: movimenta-se a máquina de fazer dinheiro e põem-se as cenouras na frente dos coelhinhos consumidores que já chegam à páscoa com as línguas de fora, afinal, haja escola pra pagar, reajustes para absorver... Será que que eu sou masoquista? Fico escrevendo essas coisas numa época em que as pessoas querem mesmo é a leveza dos dias de folga, a alegria das confraternizações, dos presentes, dos revellions espumantes. Sei não, talvez seja uma onda de consciência, efeito contrário... Mas resistir a um bom abraço, sobretudo quando é sincero, seria muita resistência, além do que há quem espere o natal para abraçar alguém a quem se deseja fazê-lo há muito tempo e não houve uma boa deixa... que se faça então o natal feliz para todos!