Desconheço se são muitos ou poucos os encarregados de transmitir a palavra de Deus ao povo que ocupam um lugar que não lhes pertence e interpretam os ensinamentos sagrados substituindo a mensagem profética com normas humanas. Só sei que existem e estão aí à nossa vista.
            Externamente se apresentam como pessoas religiosas, bons praticantes, mas depois na vida concreta são bem diferentes.
            Pessoas assíduas nas igrejas, excelentes conselheiros para os outros, mas em seguida em casa ofendem e agridem a esposa, são egoístas, ignoram os filhos, falam mal dos outros, não ajudam ninguém...
            Refiro-me a todos aqueles, de todas as denominações, que criam uma religião cheia de leis e obrigações, formando uma consciência de impureza e pecado, que oprime as consciências e lhes tira a liberdade e a alegria. Isso não é religião, é escravidão. Escravos de um legalismo religioso.
            Em religião, penso ser trágico querer tomar decisões que não nos competem e querer ocupar o lugar de Deus. É trágico substituir o ensinamento sagrado por normas puramente humanas, que sobrecarregam as pessoas e abafam a alegria e o entusiasmo da fé pura e simples.
            Muitas diretrizes e decretos das comunidades religiosas expressam a vontade de Deus ou a vontade dos homens?
            Diante de Deus somos todos iguais. Não faz sentido algum, comparar, discriminar e nos sentir superiores a quem quer que seja.
            O Natal lembra a vinda de Jesus ao mundo, celebrando a presença discreta de Deus em nossa história. A alegria desses dias não é uma atitude passageira de festas humanas (um réveillon num hotel cinco estrelas), mas um estado permanente, de quem acredita e confia que a vida é uma caminhada ao encontro do Deus que vem.
            Assim, a alegria é o sinal mais forte da presença de Deus no coração de uma pessoa.