UM PEDIDO AO PAPAI NOEL

Luiz Celso de Matos

Neste Natal vou fazer um pedido especial ao bom velhinho. Pedirei não somente para mim. Pedirei para todos nós brasileiros. Se der certo, se formos atendidos, 2012 será menos caótico.

Pergunte-se: “Durmo sem o temor de acordar com um revólver apontado para meu rosto, por um menino de catorze anos?”

“Saio pela manhã com a certeza de que meu carro está incólume em minha garagem?”

“Faço um trajeto casa – serviço, sem temer uma inesperada abordagem de marginais no próximo semáforo?”

“Saco dinheiro no caixa eletrônico despreocupadamente?”

“Consigo dormir antes que meus filhos retornem da balada?”

“Fico tranqüilo com a permanência de meus filhos na escola?” “Não estarão sendo aliciados para o uso de drogas por algum traficante de plantão?”

Quantas outras perguntas preocupantes poderemos nos fazer? A realidade é que estamos cada vez mais nos enclausurando, gastando grandes somas de dinheiro com sistemas de segurança, que na maioria das vezes se demonstram ineficazes.

Nos dias de hoje, nosso aterrorizante modo de vida, é um forte estímulo à prática do místico. Mas, cuidemos para não entrar em portas erradas, ou deixaremos até o que não temos com o comércio dos milagreiros.

Quando observo as falibilidades, que todo mundo conhece, de uma Lei como a do Estatuto do Adolescente e da Criança, fico pensando na força e na influência da poderosa rede de narcotráfico que tem o maior interesse nesses enganos. Quanto mais crianças e adolescentes rebeldes e sem limites existirem, melhor para eles num breve futuro. Não precisa ser profeta para prever isso.

Dinheiro para eles não é problema. Podem corromper com facilidade. Assim, não se muda o que pode e deve ser mudado.

Será que se os pais estivessem mais presentes na vida de seus filhos, educando, observando-os, ouvindo-os, amando-os, impondo os devidos limites, haveria hoje tantos jovens infratores?

Volto ao meu querido Papai Noel.

Bom velhinho pedimos hoje, CORAGEM!

Com coragem, poderemos denunciar o denunciável.

Com coragem, mostraremos que neste filme, somos os valentes mocinhos do faroeste, montados na decisão de queremos ser moradores de um país habitável e pacífico.

Tim-Tim!

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons.”

Martin Luther King

Luiz Celso de Matos
Enviado por Luiz Celso de Matos em 08/12/2011
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