A QUINTA ESTAÇÃO!

A QUINTA ESTAÇÃO

(Tony Guedes)

Interessante como no Natal tudo tende a se transformar. A temperatura muda, a atmosfera muda, a cor do dia muda (ainda que chova), todo o ambiente terrestre muda. E vejam que a mudança no Natal é intrínseca, é simultânea, é fluente, é contagiante; é a sensação da entrada de um novo elemento astral. Mais que nas quatro estações naturais, o Natal muda o eixo privilegiado da criação de Deus: o ânimo do espírito humano. A indiferença do coração muda, os sorrisos contidos mudam, o amor dormente muda, a timidez muda, o prazer descongela e muda, a inconsciência muda, a paixão aprisionada muda. E trata-se de uma mudança indiscutível, não negociada, livre de culpa, repleta de humanidade; apenas flui. Logo, o acontecimento Natal (que a tudo muda), mais que uma pretensão minha descabida, mais que um neologismo meu absurdo, poderia muito bem ser reconhecido como a ... “Quinta Estação”. Assim, além da primavera, verão, outono e inverno, celebraríamos também a “Estação Natal!” Sim, porque, mesmo que as pessoas não se dêem conta, é esse acontecimento que envolve toda a essência do bem querer. Não depende de só de resultados, só de vitórias, só de status. Por incrível que pareça, em todos os níveis e condições da existência humana, jamais se sorri como nessa época, nunca o ser humano se doa tanto, nunca se perdoa tanto e espontaneamente nunca tanto se pede ... “por favor, me desculpe!”. Nunca e nunca o homem é tão semelhante a Deus! É, pois, o acontecimento em que o homem se vê diante de sua própria alma ... refletido nela; alma de luz fraterna, alma densa por edificar, descobrir, reformatar; alma acesa de paixão, alma intensa de tanta energia benigna; alma de tanta e incomensurável luta, raça e solidariedade.

E por que será que esse reencontro do ser humano consigo mesmo tanto resplandece, reacende o existir de forma tão irresistível? Será mesmo apenas uma perpetuação religiosa, ou cultural, imperceptíveis; criada pela mente do homem? Ou será mesmo algo como a magia que o encantamento das crianças impõe ... e sensibiliza tanto o homem? Talvez! Só que, em que versão for, em que religião for, em que data local for e de que forma for, é uma aura universal, é estima pública, é um congraçamento em torno do nascimento do filho de Deus! E Jesus, o aniversariante maior dessa ocasião, seja louvado!

Tudo bem. Posso estar sendo pretensioso, descabido e até mesmo absurdo. Mas alguma coisa me diz (cá dentro do peito) que o nascimento de Jesus deu à luz, também, a “Quinta Estação”. Ou melhor, a “Estação Natal!”

Felicidade a todos. E que Deus esteja convosco! Sempre!

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(Prezados e caríssimos amigos "Recantistas". Perdoem o sumiço. É que o teatro e a música são dois "cafetões tiranos" aos quais me entrego por amor alucinado. E por conta desse amor idolatrado à essa duas figuras, que cultivo no meu coração vagabundo e sem vergonha, estive submisso por submisso por longa temporada me apresentando no Rio de Janeiro).

Mas, ó ... tô de volta!

Saudações!

Tony Guedes