NATAL?
E chego a mais um dezembro... Mais uma vez o mundo se prepara para a maior festa do ano!
Quer saber? Odeio o natal, desde pequena! Nunca consegui me sentir feliz nessa época e nem consigo entender porque essa festa precisa de tantos aparatos.
Afinal o intuito não é comemorar o nascimento de Jesus? Aquele menino puro que nasceu num estábulo e morreu para nos salvar?
Ostentação! Acho que este é o melhor sinônimo da festa.
E a disputa começa do lado de fora de nossas casas. Ah... Como dá status a quantidade de luzes e objetos que decoram a casa! Vira até um "lar perfeito!"!
Aí, todos esquecem a escassez de água e energia do planeta. Ser ecologista está na moda, mas é só um mês. Dá um desconto!
Isso sem falar no Papai Noel! Só quem já se vestiu de Papai Noel sabe o sofrimento daquela roupa fechada, cheia de pelos, da barba postiça, da bota! Mas é festa, vale tudo! Até mesmo produzir neve! Neve? Em dezembro? Num País tropical?
Porque precisamos "inventar" uma paisagem "gringa"? Somos abençoados pela natureza com imensa variedade de frutas e flores. Não seria uma decoração mais adequada?
E o tão famigerado "amigo secreto"?
-Ah! Não!...Eu tirei justamente esta pessoa? Que azar!... Será que consigo trocar?
E o perdão tão pregado pelo aniversariante? De caridade então, nem falar!
Ah!... As ceias... Como são lindas... E caras!
E nem ao menos se adaptam ao nosso clima tropical: carnes pesadas, frutas ricas em óleo (ai meu intestino!), excesso à mesa!
Mas a ostentação faz parte da festa! Faz mesmo? O que diria disso, o aniversariante?
Como sentar em uma mesa cheia de familiares, uns com a cara fechada por terem sido "obrigados" pela tradição, outros chorando um ente querido que não está mais presente, e tudo isso olhando aquele pobre leitão deitado sobre a mesa, com uma maçã na boca, olhos de azeitona e falar que o natal é uma linda festa de confraternização?
Fora a briga dos bastidores, porque fulano entrou só com isso, sicrano comprou a sobremesa pronta, a dona da casa está cansada e quer saber quem vai ajudar a limpar a bagunça...
Ah!... O Natal!... A hora dos presentes! As crianças dificilmente conseguem o que pediram... Os adultos reclamam:
- Mas o presente que eu dei era mais caro, este nem etiqueta de marca possui!
Se eu pudesse, meu natal seria SÓZINHA... Um tempo de reflexão, de autoconhecimento e procura interior! O que iria gastar com todo esse "circo", doaria a uma instituição ou até mesmo a uma favela, dando oportunidade às crianças pobres, do alimento!
-Mas minha filha pode ser nosso último natal juntas. Estou tão velha... Diz a mãe, cobrando a tradição!
E lá vou eu, mais um natal... Me armar de um falso sorriso nos lábios, retratar a hipocrisia e desejar:
Feliz natal!