Um olhar diferente neste Natal

Existem algumas coisas que por mais que você imagine como seja, só realmente saberá se vivenciar em carne e osso, na pele mesmo.

E ser Papai Noel é uma delas.

Nesta ultima sexta dia 24, coloquei minha roupa vermelha, minha barba branca, todos acessórios e saímos, eu, meu irmão e meu cunhado, num calor de 32 graus pelas ruas desta que é a maior cidade do Hemisfério Sul. No começo, todos comportados, apenas com o sininho anunciando quem chegava, mas parecia que não estava funcionando muito bem, pois apenas algumas pessoas cumprimentavam o bom velhinho. Cheguei a pensar que a magia do Papai Noel havia se perdido no coração das pessoas. Ledo engano.

Em determinado momento, o espirito da arquibancada aflorou em mim, e coloquei meu corpanzil para fora da janela do carro, ficando apenas com as pernas para dentro. E aí sim percebi que o espirito natalino ainda está com todos.

A imensa maioria dos carros buzinava, dava tchauzinhos, e, o que mais me espantou, muitos adultos com sorrisos no rosto, com os olhos brilhando, mandando beijos, abraços, desejando Feliz Natal para o Papai Noel. Havia até um certo ar de adoração em alguns. E eles ouviam o bom velhinho. Um casal que buzinou e parou do lado do nosso carro tomou uma bronca, pois o marido estava fumando, e ele disse que ia parar, que estava prometendo. Ao sair com o carro ouvi ele dizer para a esposa, preciso parar mesmo, até o Papai Noel está me dando bronca....

Algumas cenas me chamaram atenção. Uma delas foi de uma mulher, que devia ter seus 40 e poucos anos, que ao passar pela gente acenou, gritou, mandou beijo e quando o farol ficou vermelho e todos carros pararam, ela simplesmente se debruçou na janela e ficou encarando o papai noel por todo o tempo do farol vermelho. E havia um brilho no seu rosto, que nunca mais havia visto em nenhum adulto.

Outra cena que não há dinheiro no mundo que pague, foi de uma criança excepcional, que ao me avistar, melhor dizendo, ao avistar o Papai Noel parado numa calçada, começou a sorrir e sua felicidade era algo inacreditável. E a do pai também, ouvi ele dizendo, eu não te disse que ele vinha? Estavamos com alguns brinquedinhos para dar para as crianças carentes, e fiquei até meio inseguro de dar um brinquedinho simples daquele para aquele menino, afinal, só pelo carro já dava para ver que a família estava bem de vida, mas qual não foi minha surpresa quando depois de dar um carrinho de plástico para o garoto, o pai muito emocionado me agradeceu do fundo do coração.

Zeca Lourenço
Enviado por Zeca Lourenço em 27/12/2010
Reeditado em 27/12/2010
Código do texto: T2694485