O Natal

Quando chega o natal, o meu pensamento volta ao velho casarão quadrado, na Rua Carlos de Campos.

Era 1940 e eu com 6 anos tinha feito tantos pedidos ao Papai Noel que se ele fosse me atender seria necessário um caminhão para trazer todas as coisas para mim.

Então amanheceu e eu vi que tinha ganho uma bola de borracha grande, verde que a metade era vermelha. Agarrei-a e fui espiar a rua através da janela, e vi que chovia muito. Então, fiquei agarrado à minha bola vendo a chuva cair.

Hoje, passados tantos anos, recordo-me muito bem dessa passagem. Tornei-me um ser que quando chega o Natal volto a ser aquele menino de 6 anos com o coração aberto ao amor, sempre tentando levar um pouco de alegrias a muitos corações.

Assim consigo fazer aquele menino de outrora ser feliz.

Assim como eu existem milhares de criaturas. Podem ter certeza de que enquanto houver um coração aberto, o Natal sempre será festejado.

Quem disser que saudade não tem cheiro nunca deve ter ganho uma bola vermelha que a metade era verde.

Laércio
Enviado por Laércio em 24/12/2010
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