HO, HO, HO, HO...

No mundo, no qual, só há espaço para o consumo desenfreado, o décimo terceiro anuncia a chegada do Natal. Lojas se enfeitam e Papai Noel é encontrado em cada esquina, convidando todos para o consumo; às vezes, até desnecessário. Tudo se mostra em promoção; a felicidade, a paz e a fraternidade. Há um preço para cada necessidade, e a um desconto para corações dispostos ao perdão.

A solidariedade transborda e, rapidamente, perdoamos a quem nos ofendeu, pelo menos por esse dia. Gastamos sorrisos a prestações e compramos desculpas por faltas, um tanto quanto, omissas. Feliz Natal; HO, HO, HO, HO... Tudo é tão lindo, os enfeites são de encher os olhos, mas o nosso interior... faltam as coisas que não se vendem por aí; simplicidade, honestidade, irmandade. Não se compra caráter em lojas e não há promoções ofertando bondade. Deveríamos pedir a Papai Noel mais igualdade, pois presentes fúteis quebram e enjoam, facilmente. Somos frutos de uma sociedade que consome até a alegria, para vender, com juros, o que chamamos de Espírito Natalino.

O saco sempre vai se encontrar abarrotado para aqueles que querem dar segmento ao capitalismo natalino. Vamos presentear a vida com união e fazer dos povos uma só nação. Esqueçamos religiões e cultos e rezemos, numa só corrente, a esperança de um mundo mais igual. Vamos misturar as raças e, assim, formar novas cores; quem sabe, acabamos com o preconceito. Os sinos já tocam e a estrela brilha no céu. basta seguir o coração, pois há vidas, sempre, nos guiando.

É Natal, época de reflexão e altruísmo, mas... deixemos o décimo terceiro e ofertemos amizade. Coloquemos, no banco do nosso coração, apenas a felicidade e ofertemos para todos a nossa bondade. Vamos fazer festa com o amor e deixar a amizade contar a história, pois, não há Espírito Natalino sem doação. Feliz Natal é tão fácil falar, mas exemplifiquemos com nossas atitudes, só assim iremos nos redimir do que fizemos há milênios. O exemplo nos foi dado, mas quem ofertará primeiro a face?

MÁRIO PATERNOSTRO