Natal! Então, é Natal!

Fui à Vinte e cinco de Março a semana passada e só havia lojas enfeitadas com renas, sinos e árvores natalinas, ou seja, já é quase Natal oficialmente ,então posso começar a leva de posts sobre traumas de infância, Papai Noel e presentes. Sabe, eu tenho uma certa cisma com datas comemorativas como dia dos pais, das mães, Natal e afins, qualquer data que carregue uma certa obrigatoriedade de cumprir um cronograma e protocolo.

Acabo confraternizando com as pessoas para seguir o protocolo,para agir socialmente e principalmente para não ser a estraga prazeres.

__Mas como você não gosta de Natal, pessoa sem coração! - alguém mais exaltado grita!

__Calma meu filho, eu já vou explicar, deixa eu divagar um pouco antes.

Quando era criança (faz muito tempo, tá?) era bem legal, não tinha árvore de Natal, não tinha ceia, só almoço na casa da avó, tinha presente que a mãe ficava pagando as prestações um ano antes.Uma grande mesa para uma grande família.Uma comilança e uma mistura de "experimenta um pouquinho disto" que depois mandava metade dos convivas para disputar o sanitário!Nessas datas come-se três vezes mais do que comemos habitualmente.

À tarde depois do almoço todas as crianças já tinham cansado dos seus respectivos brinquedos e queriam o do outro.

Crescemos, casamos e fomos mudando a maneira de comemorar o Natal.

O Natal de meus filhos já começava com a preocupação de conseguir comprar o presente que todas as crianças queriam, aquele que era anunciado de minuto em minuto na televisão, é capitalismo, fazer o que?. Era uma briga pra se montar a árvore! Ninguém queria cozinhar (como assim, não passo o Natal sem meu salpicão de frango defumado), meu pai já estava ficando velhinho e queria comer a ceia as seis horas da tarde, minha mãe num ânimo contagiante sempre escolhia esse dia para querer ir cumprimentar todas as vizinhas,porque não ia um dia antes?

As crianças espalhando papel de presentes e brinquedos pela casa toda.As mulheres mais velhas(porque as mais velhas? e não as mais novas?), cansadas e com os dedos queimados, só esperam a hora de tudo terminar para lavar a louça e colocar tudo em ordem e poder ir dormir para descansar o corpo todo dolorido.

Na verdade , acho esse negócio de confraternização de Natal, uma chatice!

Fulano briga o ano inteiro, fala mal do tio, reclama da prima e nesse dia todos resolvem se reunir e serem fofos, porque o espírito de Natal quer. Me poupa gente, não é o cúmulo da hipocrisia escolher apenas um dia do ano para ser uma boa pessoa? A gente não deveria tentar ser uma pessoa melhor a cada dia do ano? Escolher uma época específica para isso me parece deveras suspeito.

E os pobres? Só vão comer nesse dia?Sim, porque nessa época se distribuem cestas de alimentos e todo mundo se torna bonzinho e caridoso,será que é medo do castigo que virá do aniversariante?

Natal, para quem é cristão mesmo e quer comemorar o aniversário de Jesus Cristo, deveria querer, pelo menos , que o aniversariante estivesse presente.Isto é, elevar seu pensamento à Jesus, erguer a taça e dizer:"Feliz aniversário, obrigado por teres existido e teres vindo falar-nos sobre o teu pai"

Vamos combinar uma coisa?Não seja bonzinho só no Natal! Seja quem você é! Faça o que você sempre faz quando não é Natal!Continue não gostando das pessoas que você não gosta.Não saia por ai dando presente a todo mundo e depois ficar até o outro Natal pagando a prestação.O único que deve ganhar presente é Jesus Cristo, e esse, você presenteia todo dia com a sua fé!Ou não?

Agora, se você está só a fim da festa para entornar o caneco e encher a pança, então, seja bem vindo ao clube!