UMA HISTÓRIA DE NATAL
Quando os nossos filhos eram crianças, na véspera de Natal nós os levávamos para ver a decoração do Centro do Recife. Todos os anos, a mesma coisa.
Descíamos do ônibus Olinda-Casa Caiada ao anoitecer, preocupados com o trânsito e com a obrigação de atravessar corretamente nos semáforos para chegar às pontes.
Caminhar pelas ruas do Recife é uma aventura, especialmente em companhia de quatro crianças, ansiosas por encontrar diversão.
No rio Capibaribe se refletiam as luzes coloridas e, dentro da água, a árvore de natal piscava em dose dupla, refletida no rio. Felizes por estar ali, as crianças se debruçavam no beiral, apreciavam o espetáculo, soltavam as suas bexigas de borracha. Enquanto elas voavam ao sabor do vento, torciam para ver qual chegaria mais alto no céu.
A véspera de Natal sempre acabava no Cordeiro, onde moravam o meus pais e uma de minhas irmãs, que nos esperavam para a ceia.
Percorríamos as principais ruas do Recife até chegar ao terminal que nos levaria a esse bairro.
No dia seguinte, a família se reunia para o almoço de Natal. As crianças tinham a oportunidade de brincar com os primos e todos nós sentíamos alegria em rever pessoas que raramente encontrávamos durante o restante do ano.
São lembranças que fazem parte de um tempo muito feliz.
MCC Pazzola