TEMPOS DE NATAL
"Qual seria a palavra mágica"?
O Natal nos inspira as reflexões e a escrita.
Ainda há pouco eu estava com a televisão ligada, e ouvi um ator dizendo que adora esta festa, estes tempos, porque sente que o amor paira no ar.
Chamou-me a atenção sua declaração, porque sinto o mesmo.
Certa vez ouvi uma explicação teológica para essa sensação: Dizem alguns entendidos, que nessa época os "espíritos de luz" visitam o planeta, e os mais sensíveis captam tais energias.Quem sabe!
Independentemente das explicações, o fato é que há uma aura de luz, talvez porque todos nos unimos numa energia boa de pensamento e tendemos a nos agregar.
Mas quando se fala em Natal, se fala em família, e sempre ela está lá, simbólicamente representada no centro dos presépios, a Sagrada Família, instituição aonde chegam as crianças. Ou aonde deveriam de fato, chegar.
Mas os tempos são outros e as famílias mudaram...e os conceitos também. Confesso que vivo a rever meus conceitos, e às vezes me perco nos resultados.
E o que tem chamado a atenção de muitos, e vejam, já ouvi este meu desabafo vindo de gente bem nova, é que se perdeu a percepção do RESPEITO. E como dizem por aí, se se perde o respeito, se perde o todo. E a vida sem respeito fica pesada.
Talvez seja por isso que o todo está tão fragmentado.
Certos acontecimentos do dia a dia nos informam do quanto estamos sem rumo, quanto aos valores básicos, aqueles que aprendemos no seio das famílias. Ou seja, a sociedade em suma é o reflexo da base.
Mas a casa parece que caiu!
É bem nos primórdios da primeira infância que se centra uma criança para conceitos básicos, que vão culminar com o "enxergar e respeitar o outro". E hoje vemos pais perdidos e crianças emocionalmente muito desamparadas, precocemente violentas.
Vira e mexe vemos notícias de professores agredidos por alunos, e casos como esse recente, aonde formandos em medicina invadiram um hospital para comemorarem a formatura; ou ainda casos de saqueamentos e furtos que vitimaram os flagelados das águas, incrivelmente até por parte de quem deveria dar o exemplo maior.
Nós mesmos, no nosso dia a dia , quantas vezes não somos testemunha e vítimas da violência, da competição e da inveja, todos muito próximos de nós, debaixo dos nossos narizes?
Há quem prefira apagar a luz do outro, porém pouco percebe que apenas contribui para exaltar a própria escuridão.
Simplesmente porque ninguém se deu ao trabalho de lhe ensinar que todos somos estrelas, apenas temos que aprender a nos acender, para juntamente brilharmos com as luzes do todo! Um farol comunitário, tem mais brilho, mais força.
Pessoas que confundem irreverência com mal educação, juventude com infinitude, inteligência com desacato, soberba com poder, liberdade de expressão com falta de classe.
A bíblica figuração dos irmãos CAIM E ABEL, que persiste pela humanidade.
Nos dias de hoje, só não reflete quem não enxerga, diante dos sérios sinais de desmoronamento dos princípios e dos valores que regem a mínima convivência solidária entre as pessoas, que em última análise repercurte no macro cenário entre os povos! Um cenário de destruição em massa!
Aquelas palavrinhas mágicas que ensinávamos aos nossos filhos estão em desuso.Pouco se pede por licença, por favor, pouco se diz obrigado.
É tempo de Natal. Época de refletir o espaço e o papel das famíilias.
Façamos um balanço de qual legado, enquanto pais e pessoas, estamos deixando para os nossos filhos e para o mundo.
E que o espírito do Natal possa nos guiar pela vida, no resgate dos caminhos perdidos, no encontro do verdadeiro sentido.
AMOR. Eis a palavra mestra.