NATAl: Amar é a principal reza
Tenho tido pena do tempo perdido
Dos filhos aflitos desta época
Tenho tido pena dos crentes
E dos católicos
Dos que rezam na missa
E dos que vão aos cultos
Aos cultos intelectuais
E suas teses que não se concretizam
Das ideologias todas
Das tolas utopias
Pois nada acontecerá no mundo
Diferente do capitalismo
A lei da selva
Das trevas modernas
Dos alcoólicos tenho pena
E dos anônimos viciados
Dos viados e dos machos
Das prostitutas e dos travecos
Vendendo suas carnes na noite fria
Não há alegria no mundo
Tudo foi feito treva
O que se vê de luz
É uma aurora boreal de dois mil anos atrás
Tenho tido tempo para ver quem vai aos templos
E os que consomem na praça
Tudo é só programa barato
Dez por cento é pouco
Diante das taxas de viver e morrer
Da solidão
Dos desvios
Dos rios de dinheiro
Dos corruptos todos
Dos que desviam as riquezas
Das empresas multinacionais e seus preços abusivos
Do relativismo das crises
Dos crimes e da guerra
Tudo gera lucro
Tudo é abuso
Excesso de governo nas nossas vidas
Na roda das eras a pagar com carma
Com carne
Com brasa
Este é o inferno vivo
A nós só resta sexo, afeto, carinho e os tantos fetos resultantes
Embora muitos sejam para aborto
Nascer é sempre o que vale
Ainda vale
Contra a morte, contra os demônios
Amar ainda é a melhor reza. Viva!