Feliz Natal!

Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, vivi alguns destes 64 anos e
que não são mais meus. Lá, conheci e aprendi a admirar uma
pessoa que nos últimos anos tem tido a incumbência de promover
o bem estar e distribuir a verdade do espírito através do
conhecimento kardequiano. Sempre que o encontrava, seja
qual fosse a época ou o momento, o cumprimento sempre é:
'- Feliz Natal!' - estávamos em junho, agosto ou fevereiro,
não importava. Certa vez resolvi entender o motivo.
A resposta veio em forma de ensinamento, como sempre:
'- Acontece que as pessoas deveriam agir como se estivessem
sempre no natal...' dizia ele com voz calma, porém insistente.
Tem razão, afinal, no natal todos estão com o coração amolecido,
são mais pacientes, gentis, esquecem até mesmo o mau entendido
com a sogra, cunhado, o vizinho intransigente, o patrão arrogante e
mau humorado. Repare nos seus natais passados! Eu mesmo,
quantas vezes deixei de lado o rancor, a raiva, o mau humor e dei
um abraço, um aperto de mão, distribui sorrisos a tantos quantos
apareceram em minha casa, ou nas convenções de natal em
meu trabalho. Pois é, lembro-me do amigo Carlos Prestes Sanches.
Quero aproveitar para lembrar que o natal está chegando.
E tem uma coisa importante que eu não posso deixar passar
neste natal. O pedido de desculpas que eu tenho adiado
há tantos anos, a visita que nunca aconteceu por que eu não
acredito que a pessoa mudou a maneira de pensar e agir, e que
talvez 'eu' é que devesse mudar a 'minha' maneira de
entendê-lo; o amigo que se afastou porque 'eu' não soube
compreender suas razões e impus o 'meu' modo de ser.
Penso que talvez eu não tenha um novo natal para fazer o que
venho ensaiando há tanto tempo.
Que talvez eu mesmo não consiga chegar ao 'teu' natal.
O amanhã não existe, é fato.
Sempre foi construído no 'hoje'. Portanto, faço como o Carlos,
manifesto meu natal 'hoje', sempre no presente, no agora.
25 de dezembro para muitos e para mim é o nascimento do
menino Jesus, mas, foi exatamente no momento em que
Roberto Carlos se preparava para apresentar o seu
Especial de final de ano na Globo, 25 de Dezembro de 1991,
por volta das vinte horas, minha mãe ouviu um grito
vindo do quarto. Era meu pai dando o último gemido pela dor do
rompimento de uma artéria renal, para em seguida desfalecer
sobre a cama que durante anos o embalou em seus
sonhos e prazeres. Fico feliz de saber que no dia do aniversário
do menino Jesus, Ele esteve em casa para acompanhar nosso
pai em viagem ao plano do trabalho redentor em preparo para
um reencarne certamente mais evoluido.
É isso, então, não espere o natal para abraçar quem você tanto
ama ou espera por reconciliação.
Esse momento pode ser negado e a vela apagar-se antes mesmo de assoprá-la.
As vezes a gente pensa e até quer voltar no próximo natal,
mas... mesmo voltando, podemos não encontrar mais a quem
procuramos!


Fique Bem, fique com Deus!
Feliz Natal, hoje e sempre!