PADRE, QUE COISA!

Pode os fiéis não gostarem

Mas o imposto que pago

Deve-se usar no país

E não pra se dar afago

Ou para procurar padre

No mar, em rio ou em lago.

O padre Adelir de Carli

Voou amarado em balão

Pensando ser jesuíta,

Bartolomeu de Gusmão.

Depois saem à sua procura

Gastando assim meu tostão.

Os tributos que pagamos

Destinam-se a outros fins

Não pra se procurar padres,

Bispos, pastores e afins.

A igreja arque com gastos;

reze pra seus querubins.

O país torra seu dinheiro

Custeando futilidades

Esquece da educação

E de outras necessidades.

Uma epidemia de dengue

Vê-se em todas as cidades.

Não temos mais segurança

Falta dinheiro pra saúde

Deixem que o próprio mar

Do padre seja ataúde.

Foi ele mesmo que procurou

Não pensou na sua atitude.

Ele queria aparecer.

Ser notícia nacional.

Mas não pensou que poderia

Com esse ato se dar mal.

E nós temos que pagar

Essa cota adicional.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, 24 DE ABRIL DE 2008.