HOMENAGEM À PEQUENA ISABELA.
Não sei que palavra uso,
pra mostrar indignação
com tamanha brutidão,
de um ato tão escuso
que me parece concluso.
Crueldade com Isabela
Do pai e da madrasta dela.
Uma criança linda, bela
Tão frágil e indefesa
De assassinos foi presa
Que apertaram a sua goela
Jogaram-na da janela
Pra mostrar vivacidade;
tudo foi pura crueldade.
Do pai também da madrasta,
Por que tal comportamento?
Indigno. Sem argumento.
Matar, como uma barata
quando já dera chibata.
Atrocidade latente
Numa pequena inocente.
Isto não é julgamento.
São os dados evidentes,
também bastantes coerentes
que tiveram fundamento
em dados e argumento
de técnicos da polícia
e de grupo de perícia.
Tem-se direito à defesa,
Mas preserve-se a ética;
Não só ver a conta atlética,
E só ter valor a riqueza
Não vendo toda torpeza
Que sempre o dinheiro encobre.
Advogado, não se dobre.
Não vimos pronunciamento
Do tal direitos humanos;
Mortos, fora dos planos.
Mas defender maus elementos
Têm-se muitos argumentos
A vítima esquecida;
A família reprimida.
No Brasil são os valores
Totalmente invertidos.
Aplaudem-se pervertidos.
Condecoram matadores.
Vítimas sofrem horrores
Com perda de entes amados
E bandidos são consolados.
Império da demagogia
E reino da podridão
Onde perde o cidadão,
Nos ritos da burocracia
Que aumenta sua agonia
Que vive no desamparo
Sob um julgo muito avaro.
Punam quem matou Isabela.
Um crime cruel e brutal.
Indigno dum animal.
Ponham culpados na cela
E não caiam na esparrela
Desse bando de advogado
Só com grana preocupado.
Assim, diante de tudo isso
Basta desta hipocrisia.
Violência é epidemia
Governo sem compromisso,
Mas que nos cobra comisso.
E vive só de leriado
Aqui, só morto é culpado.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, 24 DE ABRIL DE 2008.