A FILHA QUE ELE MESMO GEROU

No cotidiano da vida
à medida que o tempo voa,
parece que o sentimento
tornou-se coisinha à toa
e embora não esperemos
tem maldade em gente boa

Passam as estações do ano
nasce o sol ao amanhecer,
as flores enfeitam os jardins,
a luz desperta no entardecer,
o amor nem sempre, contudo,
surge, brilha e consegue vencer

Já há tanto tempo o homem
na Terra vem habitando,
e depois de milhões de anos
continua se matando,
é como se não aprendesse
a nunca amar mesmo tentando

Quem, em sã consciência,
diria que uma filha amada
possuída de ferocidade
planejaria uma cilada
e com outros meliantes
mataria os pais a pauladas?

Mais difícil ainda é pensar
que um pai cheio de vigor
combinado com madrasta,
ambos sem um tiquim de amor,
mataria a própria filha
com muito sofrimento e dor?

A revista Veja já disse
que foram eles que mataram,
os laudos técnicos corroboram
que os dois assassinaram
a indefesa criancinha
e o mundo inteiro abalaram

Para nós que estamos vendo
tudo isso acontecer
no palco de nossa Pátria
é impossível compreender
que o amor do próprio pai
pereceu sem nunca nascer

Porque quando o amor nasce
sua raiz é tão profunda
no âmago do coração
que mesmo no mar não afunda
sendo impossível não ver,
e quem com ódio confunda

Surprêsos, ficamos pensando
o que mais podemos esperar
se até dentro da família
um papai ousa assassinar
a filha que ele mesmo gerou,
a criancinha que devia amar.
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 24/04/2008
Código do texto: T960562
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