Cordel dos roubos das nóças patentes

A NOSSA RAPADURA É DOS NORTE-AMERICANOS E ALEMÃES

A nossa “rapadura” foi registrada nos Estados Unidos como propriedade intelectual dos norte-americanos, conforme o “United States Patent and Trademark”. Também, foi registrada na Alemanha, no “Patent und Markenamt”, como propriedade intelectual alemã.

Quem vender o tradicional doce nordestino e não pagar aos novos donos os devidos royalties, poderá responder por crime de roubo de propriedade norte-americana e alemã e até ser preso ao entrar naqueles países.

O Brasil poderia aprender com essas nações democráticas desenvolvidas, que lutam militarmente pelo mundo afora pela tal de “freedom”, e registrar como brasileiras as marcas “Microsoft”, Boeing”, “Volkswagen”, “Coca-Cola”, palavras como "car", "train", "airplane", "apple pie" e muitas outras, bem como cobrar na justiça os nossos “royalties” se eles insistirem em nos usurpar essas novas propriedades intelectuais brasileiras.

Vejamos a matéria publicada hoje no site “Última Instância – Revista Jurídica”:

________________________________________

“OAB QUER ANULAR PATENTE DE RAPADURA POR ALEMÃES”

“A Comissão de Relações Internacionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai realizar gestões para tentar anular o registro da marca “rapadura” por uma empresa da Alemanha, a Rapunzel Naturkost AG.

A pedido da Seccional da OAB do Ceará, o presidente da comissão e ex-presidente nacional da entidade, Roberto Busato, vai contatar os órgãos americano e alemão que representam os advogados naqueles países para solicitar ajuda aos colegas em processos que a OAB já está movendo contra o patenteamento da rapadura pela empresa alemã.

O registro foi feito nos órgãos oficiais na Alemanha, desde 1989, e nos Estados Unidos, desde 1996.

http://democraciapolitica.blogspot.com/2008/04/nossa-rapadura-dos-norte-americanos-e.html

A rapadura lembra um tijolo, e é feita de açúcar mascavo. É um tipo de doce tradicional do Nordeste do Brasil. Existem várias maneiras de se fazer: com açúcar branco, com laranja, caju, confeitada com cravos, amendoins, castanha, etc.

Nos séculos 18 e 19 era a forma como o açúcar era usado, especialmente em viagens.

Eles vão patentiá tudo!

Éça nossa bixinha

Criada no nordeste

Qui sarvô mutias vidinha

De mutios cabra da peste

Feita de cana caiana

É patente mericana?

Éça nutiça num izéste!

Min diga qui é mintira dotô

Qui o guvernu brazilêro

Fez essa coiza di ôrrô

Dexô qui os prezepêro

Fizéci isso cum a gente!

Aquelis ladrão de patenti

Xegô na frente prêmero?

Nun quérdito nun sinhô

Num póde iziztí ta nutiça!

Min diga qui ci inganô

Pruquê içu é cazu de puliça!

Cuma foi robá as coiza da gente

Peganu pra elis a patenti

Ah! Mais ta fartanu é justiça!...

A rapadura é du nordeste!...

Eu grito pro mundo sabê

Ela é dos cabra da peste

Qui inventô pur querê

Vamu pra luta nordestino

Se morrê é nosso distino

Pur éça cauza eu quero morrê!

Ninguém róba facirmente

A nossa doci rapadura

Num intreguému tão inucente

De mão bejada éça doçura

Elis roba tudo pela frente

Agora qué robá a patenti

Ah povim xêi de frescura!...

Já robô a lua pra elis dotô

No Iraque os petrói qué robá

Mutios vietinamita elis matô

E num axô nada pur lá

Vamu ci coidiá minha gente

Elis vão querê tomém as patente

Dus nóçus rios nacioná!

As patente da poluição

Elis éça já tem

A patente de briguento

Éça elis tem tomém

Quando as água delis cabá

Ocêis vão vê vinu de lá pra cá

As ispludição daquelis trem.

Quem vivê verá

Num é minha premunição!

A Amazônia vão tomá

A trôco de morto nu xão

As suas grandes poluição

Não vai fazê mais truvão

Para xuva mandá pra lá.

E intonci as nóça xuva

Qui Deus pra nóis vai mandá

A nossa gente confusa

Vão vê elis patentiá

Intonci cada golim qui vamu bebê

Os cofri delis vão inxê

Dos dólar qui vão cobrá.

Tamu venu as iscundida

A noça fauna sendu robada

A noça flora discubrida

Aos pôcu pra lá são levada

Nosso guverno nun qué inxergá

As raiz qui elis leva pra lá

Para ser logo patentiada.

E pur aí vai as levança de tudo!...

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 13/04/2008
Reeditado em 13/04/2008
Código do texto: T943769