A MORTE DOS RIOS - GARÇAS E ARAGUAIA
(Na foto aparecem meu cunhado Walter e eu)
Este cordel eu fiz para apelar aos turistas que freqüentam as praias do Rio Araguaia, pra que não destruam a natureza, que respeitem os rios. Ensinem também a seus filhos o respeito pela obra de Deus, vocês estarão assim cuidando do nosso e do futuro das gerações que estão por vir.
Nesta foto aparecem o rio Garças e o Araguaia
Onde o Walter se arriscava ao esporão da arraia.
Todo dia ele saía de caniço e samburá,
Mas só pescava sardinha, era o que havia por lá.
Um dia, já estava perto, do horário de almoçar,
O nosso estômago roncava e nada dele voltar.
Então eu falei com a mana: eu vou ao rio, chamar,
O Walter pra vir embora, pois não suporto esperar.
A minha irmã resolveu acompanhar-me à margem
Que eu desci imbuída de toda minha coragem.
Eu já falei pra vocês que o rio é fedorento?
E como é que eu faria pra meter os pés lá dentro?
Então calcei havaianas do tipo Ivete Sangalo,
Fui pulando sobre as pedras, segurando-me num galho,
Cheguei até perto dele e sobre a pedra fiquei,
Pois avistei em seguida algo de que não gostei.
Imaginem meus leitores, aquilo foi um horror,
Flutuando sobre as águas um pedaço de c...
E agora, o que eu faria pra voltar de novo à margem?
Meter-me naquelas águas, onde é que estava a coragem?
O pobre do Rio Garças estava envergonhado,
Diante de sua filha, que a terra tinha voltado.
Fui pulando com cuidado e no chão firme pisei,
Garanto, daquele porto, nunca mais me aproximei.
Do outro lado o Araguaia, com suas praias bonitas,
As barracas coloridas e as morenas catitas.
Nem mesmo daquele lado, eu quis me aproximar,
Pois poluição grandiosa imperava no lugar.
É por isso que eu peço aos farofeiros de férias
Diversão não é pecado, mas destruir é miséria.
Pensem bem para o futuro, nos seus filhos que virão,
Não façam daqui monturo, não causem poluição...
(Hull de La Fuente)