O MEU PRIMO VALENTÃO - Final

“Se desculpe com meu tio
Ligeiro, cabra safado,
Ou lhe boto as tripas fora
Pulguento desgraçado
Depois caia fora daqui
Porco de cu mal-lavado”

Minha mãe tremia toda
Meu pai ria disfarçado
A multidão olhava tudo
Com o olhar enviesado
E o danado fanfarrão
Já estava ajoelhado

Meu primo José bufava
A faca na mão balançando
Enquanto o malfadado
Ainda se lamentando
Preparava as palavras
Para ir se desculpando

“Meu senhor me desculpe,
Eu não tive a intenção
De ser um inconveniente
Falo assim de coração
Pelo amor de nosso Deus
Eu lhe peço o seu perdão”

Deixando-o ajoelhado
O meu primo replicou:
“’Tá o meu tio satisfeito
Com o que o nojento falou
Ou ele limpa com a língua
O lugar onde sentou?”

Papai mirou o sujeito
Que muito suava e tremia
Perguntando a si mesmo
“Cadê o cara que havia
Me ameaçado tanto
Falando com zombaria?”

“Tudo bem, meu sobrinho,
Deixe esse safado se ir
É melhor que ele vá
Depressa embora daqui
E aprenda a respeitar,
Sabendo entrar e sair”

O meu primo truculento
Puxou o nojento pelo gogó
Arrastou-o por entre o povo
Dando-lhe pontapés no fiofó
a faca já estava na cintura
batia no cara com um dedo só

Assim, calmamente meu pai
voltou para o seu lugar
o meu primo e o salafrário
desapareceram no ar
mas logo o filme começou
e como demorou a terminar!
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 24/03/2008
Reeditado em 21/08/2008
Código do texto: T915177
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.