MEU PRIMO VALENTÃO - Parte III

“É que eu estava sentado
E precisei mesmo sair
Quando depressa voltei
Esse sujeito estava aqui
No lugar que era meu
Com minha mulher bem aí”

“Ele já falou que não sai
Que meu lugar eu perdi
Disse até uma piadinha
Que me abalou quando ouvi
E o impasse está criado
Tenho que sair, percebi”

O sobrinho de meu pai
Bufou igual a um touro
Puxou uma faca enorme
Tipo peixeira de mouro
Dessas que só achamos
Num velho baú de tesouro

E literalmente ele saltou
Sobre o safado do infeliz
Colando a ponta da faca
Na chapuleta do seu nariz
Rosnando e soltando baba
Como um baita chafariz

“Seu desgraçado nojento
Quem você pensa que é
Destratando o meu tio
Que veio com sua mulher
Saia da cadeira, piolhento,
Ou nunca mais fica de pé!”

Sentindo a faca nas narinas
O truculento quase se mijou
Suou como uma chaleira
Por pouco não se cagou
Estava com tanto medo
Que de um salto levantou

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 21/03/2008
Código do texto: T910445
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