MEU PRIMO VALENTÃO - Parte I
Quando meus pais se casaram
Num tempo de pouca diversão
Acharam por bem ir ao cinema
Cheios de amor no coração
Um ótimo filme passava
Aquela era a boa ocasião
O filme “A formosa Bandida”
Atraiu inusitada atenção
Do povo que encheu o cine
Quase toda população
De sua pequena cidade
Por ser uma grande atração
Chegaram cedo ao local
Mas já muita gente havia
Comprando suas entradas
Minha nossa, que correria!
Muitas pessoas paravam
P’ra saber o que acontecia
Malgrado o aglomerado
Dos cinéfilos apressados
Tantos vendedores gritando
E dos ansiosos apressados
Meus pais ganharam a graça
De dois lugares sentados
O cinema estava tão cheio
Muito mais do que lotado
Que até em suas laterais
Tinha povo em pé e sentado
Sim, no chão mesmo senhor
De todo jeito acomodado
Antes de começar o filme
Papai, romântico, pensou:
“vou rápido comprar pipoca
Para agradar ao meu amor
Vou num pé e noutro volto”
E mamãe sozinha ele deixou
O ruge-ruge aumentava
Foi difícil papai alcançar
Aonde ele pretendia ir
Para bem depressa voltar
Faltava só um pouquinho
O filme estava p’ra começar
Quando, por fim, ele voltou
À companhia da amada
Quase teve um infarto
Ela estava acompanhada
Não porque ela quisesse
Era companhia forçada
Um brutamontes valentão
Aos seus apelos indiferente
Sentou na cadeira guardada
Para o meu pai inocente
Que só queria ser gentil
Num momento incoerente
Mamãe já tinha explicado
Que aquele assento vazio
Pertencia ao seu esposo
Que por um pouco saiu
Mas o cafajeste nem ligou
Fez de conta que não ouviu
Ah, meu bom e velho pai!
Contemporizador e pacato
De poucas letras, solidário,
Tão imune ao desacato
Ia resolver tudo aquilo
Com um pouquinho de tato
Ao contrário do seu irmão
E do seu sobrinho José
Valentes como guerreiros
O segundo chamado de Zé
Meu pai, um cavalheiro,
Não era um brigão qualquer
...continua
Quando meus pais se casaram
Num tempo de pouca diversão
Acharam por bem ir ao cinema
Cheios de amor no coração
Um ótimo filme passava
Aquela era a boa ocasião
O filme “A formosa Bandida”
Atraiu inusitada atenção
Do povo que encheu o cine
Quase toda população
De sua pequena cidade
Por ser uma grande atração
Chegaram cedo ao local
Mas já muita gente havia
Comprando suas entradas
Minha nossa, que correria!
Muitas pessoas paravam
P’ra saber o que acontecia
Malgrado o aglomerado
Dos cinéfilos apressados
Tantos vendedores gritando
E dos ansiosos apressados
Meus pais ganharam a graça
De dois lugares sentados
O cinema estava tão cheio
Muito mais do que lotado
Que até em suas laterais
Tinha povo em pé e sentado
Sim, no chão mesmo senhor
De todo jeito acomodado
Antes de começar o filme
Papai, romântico, pensou:
“vou rápido comprar pipoca
Para agradar ao meu amor
Vou num pé e noutro volto”
E mamãe sozinha ele deixou
O ruge-ruge aumentava
Foi difícil papai alcançar
Aonde ele pretendia ir
Para bem depressa voltar
Faltava só um pouquinho
O filme estava p’ra começar
Quando, por fim, ele voltou
À companhia da amada
Quase teve um infarto
Ela estava acompanhada
Não porque ela quisesse
Era companhia forçada
Um brutamontes valentão
Aos seus apelos indiferente
Sentou na cadeira guardada
Para o meu pai inocente
Que só queria ser gentil
Num momento incoerente
Mamãe já tinha explicado
Que aquele assento vazio
Pertencia ao seu esposo
Que por um pouco saiu
Mas o cafajeste nem ligou
Fez de conta que não ouviu
Ah, meu bom e velho pai!
Contemporizador e pacato
De poucas letras, solidário,
Tão imune ao desacato
Ia resolver tudo aquilo
Com um pouquinho de tato
Ao contrário do seu irmão
E do seu sobrinho José
Valentes como guerreiros
O segundo chamado de Zé
Meu pai, um cavalheiro,
Não era um brigão qualquer
...continua