CARTÃO CORPORATIVO

Ah!Se eu fosse guerrilheiro

tivesse roubando um cofre

pertencente ao Ademar

e não ao pobre Onofre.

Hoje eu seria ministro

Que nem pelo povo sofre.

Se fosse do Val-Palmares

e eu me chamasse Estela

fazia parte do governo

tinha deixado a favela.

Com cartão corporativo

Pra banhar minha cadela.

Recebia indenização

Se um dedo fosse cortado.

Pelo Luis Gushiken

Eu seria representado

Com todos esses milhões

Estaria aposentado.

Também teria conhecido

Da Rússia ao Canadá

Passando pelo Japão

Esquecido o Ceará.

Ia até comer lagosta

Longe, em Madagascar.

Não bebia mais cachaça, mas

Vinho de cinco mil dólares

Junto de uns deputado

E viajando pelos ares

No moderno aerolula

Contemplando lindos mares.

Não deixaria ninguém ver

As contas da presidência

Baixava portaria para

Acabar jurisprudência.

Nem mesmo nosso congresso

Ia dos gastos tomar ciência.

E como na ditadura,

segurança nacional,

dizia ainda que se tratava

chamava um general,

para dar explicação

de forma superficial.

Pois se ninguém investiga

Aumenta a transparência

Esse é o argumento

Usado na presidência.

E o tal dos ecônomos

Que sofrem a conseqüência.

Novo escândalo surge

a cada dia no país.

Sanguessuga, mensalão

Todos eles muito vis.

O cartão é o mais novo

no governo do Luís

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FEVEREIRO/2008