A REVOLTA DOS QUILOMBOS FOI UM ATO DE CORAGEM

Da áfrica vieram os

Fortes navios negreiros

Em viagens cansativas

Cheios de prisioneiros

Foi uma triste viagem

Comiam até retombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Precisavam mão de obra

Europeus gananciosos

Souberam que lá da África

Vieram negros fogosos

Começou a corretagem

Batiam neles quão bombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Muitos negros aqui chegaram

Vindos da banda de Angola

Apanhavam no trajeto

Também não tinham escola

Viajavam na bagagem

Muitos doentes de trombo

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

A moda ali no momento

Era o comércio humano

Desrespeitavam os negros

Sob um regime tirano

Tratados como selvagem

Muito chicote nos lombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Os negros então fugiram

Numa noite muito escura

Só queriam liberdade

E uma vida mais segura

Estavam em desvantagem

Mas tinhas alma de pombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Quilombos se organizaram

Como foi o de Palmares

Juntaram religiões

Construíram seus altares

Mata fechada ou na vagem

Sempre ouviam os ribombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Assim bem organizados

Grupos bem constituídos

Tinham até vinte mil negros

Também eram guarnecidos

Prá enfrentar sacanagem

No espinhaço mil calombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Ficavam na mata escondidos

Muito bem amotinados

Aprendiam artes de guerra

Todos eram bem treinados

Sabiam levar vantagem

Moravam lá em biombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Tudo isto foi prenuncio

Da liberdade sonhada

Finalmente a lei áurea

Pode então ser assinada

Com respeito à sua imagem

Negros não merecem tombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem

Ainda há preconceitos

Dentro de todas as cores

São defendidos conceitos

Atrapalhando os amores

Ocorre em toda linhagem

Nas relações muitos rombos

A revolta dos quilombos

Foi um ato de coragem