Mais uma do Coadinho.... O Cordelista Quadrado

A verdadeira estória do cordelista quadrado,

Contada por Coadinho F. Nascoxas

No ano de vite e sete,

Conforme me foi contado,

E vou contar pra vocês

sem ter nada acrescentado,

passada ao sul do Pará

no município de Marabá

que nem haviam criado.

Eu também tô enrolado,

Mais ao caso isto não vai

Quero é contar a “História”

Vamos ver como ela sai,

E para ser verdadeiro

Eu começarei primeiro

Falando sobre seu pai.

Hoje a peteca não cai,

É bom falar de artista,

Pois o velho Iram Maia,

Era um bom repentista,

Era um cantador altivo

E por ser intuitivo

Também era cordelista.

Ele adorava charadas,

De polidromos era fã

Porisso catou pra o filho

Um nome com muito afã,

Que lesse de qualquer jeito,

Porisso que o tal sujeito

Chamava-se MAIRIAM.

Que de Maria e Iram

O velho havia formado,

E ainda era polidromo

Como ele havia sonhado

E o nome do infeliz

Grafou do jeito que quiz

Lia-se pra qualquer lado.

Tendo o dom do pai herdado,

Também era cordelista,

Mas era um homem esquisito

Duvido que outro exista,

Ao morrer foi enterrado

Por não se haver encontrado

Ali um taxidermista.

É que ele era quadrado,

E isto literalmente,

Era quadrado por trás,

Pelo lado e pela frente,

O seu corpo era quadrado,

Tinha o formato de um dado,

Era um homem diferente.

Sua cabeça quadrada,

Chamava muita atenção

Deixando a todos abismados

Da sua configuração

Pois tinha os pés quadrados

E eram também quadrados

os dedos de pé e mão.

Seu cu também era quadrado

Ela achava uma beleza,

Por que era um privilégio

Que nem mesmo a realeza,

Possuía, e se cagava

Um tolete ele extrusava

Igual uma perna de mesa.

Seu cacête era quadrado,

E sua mulher coitada,

Vivia em grande desgosto

E se achava ultrajada,

Mas quando ele viajava

Ela a franga soltava,

Sentindo-se recompensada.

Tem uma coisa engraçado

Na casa deste sujeito,

Não tinha um filho quadrado

Todos nasceram direito

Tinha gordo, baixo, alto,

Voz de barítono e contralto,

Mais nenhum tinha o seu jeito.

Tinha até um que era preto,

Foi de tanto a coitada

Querer comer urubu,

Frito feito farofada,

Mas o quadrado não deu

Até que por fim nasceu

Aquela coisa azulada.

Ao morrer em vinte e sete,

Um doutor que lá havia

Vaticinou que na próxima

Geração já haveria

Por ali outro quadrado

Pois lhe seria passado

O gen que no avô Havia.

Porém nada acontecia

E nasceu netos a granel.

Hoje tem um batalhão,

Que chega afazer tropel,

Nenhum quadrado ficou,

E a família derrubou

A antiga lei de Mendel.

Fica o moral da estória;

Pra quem é inconformado,

Em ser redondo ou roliço,

Encolhido ou esticado,

É melhor viver contente

Com o estágio presente

Que ser um Corno Quadrado.

Coadinho F. Nascoxas

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 12/02/2008
Código do texto: T857136