CORDEL Escrito quando sofri miseravelmente com 'Herpes Simplex" (cobreiro)

Apesar de ainda sentir as vezes dores recorrentes, ´tá uma beleza!

O rasto cruel da Herpes Simplex

Por dores eu fui cerceado

Do prazer e da alegria,

Apertou-me noite e dia

Sempre marcando calado.

Jamais maldisse este fado

Que coube a mim carregar

E muito me fez chorar

Qual criança desvalida

Achando que pela vida

Não valia mais lutar.

O não poder trabalhar,

O fim de toda receita,

O sabor de “coisa feita”

Que não se quer revidar.

A tristeza de falhar

Com humildes dependentes

De nossa ajuda carentes

E deste pouco despojados,

Nos faz sentir arrasados,

Desanimados, descrentes.

As necessidades urgentes,

Médicos e medicamentos,

Drágeas, injeções, ungüentos,

A descrença dos parentes.

E o comentário das gentes

Que usam conversa fiada....

Um motejo, uma piada,

Sugestões de mil “meizinhas”

Muitas tiradas mesquinhas

Pois da dor não se vê nada.

Em seguida a debandada

Das efêmeras amizades,

Filhas das prosperidades,

Com raízes mal fincadas.

Às primeiras trovoadas

Dos maus tempos que virão

Somem de nossa visão

Vendo murchar nossos pastos,

Debandam sem deitar rastos.....

Soltam as amarras e se vão.

Tamanha desilusão

Apossa-se de nossa alma

Que para manter a calma

Só a peso de oração.

Não há outra solução

Além de gemidos e ais,

E então as dores morais

Enormes proporções tomam,

E às dores físicas se somam

Fazendo-as crescerem mais.

Mesmo as coisas mais banais

Que antes, despercebidas

Passavam por nossas vidas

Tomam vultos colossais.

Nas batalhas desiguais

Travadas na nossa mente

Tudo fica diferente

Por causa das neuvragias

Vão-se indo as alegrias

Com tudo que era da gente.

Hoje vejo finalmente

Uma luz que ao longe acena,

Talvez o fim desta pena

Aproxime-se lentamente.

E eu possa novamente

Com muito trabalho e fé

Conseguir retomar pé

E sair, mesmo sem glória

Da situação vexatória

Que agora minha vida é.

Aos meus amigos de fé

Que jamais me desertaram,

Que junto de mim ficaram

E comigo estarão até

Que este mal vá pras”cuité”

E eu volte recuperado

Sem que o recente passado

Afete em nada meus versos

E que dos dias “perversos”

Veja-me “aminesiado”.

Um abraço nos amigos de fé que tenho, e não são poucos.

-

mestre Egidio

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 08/02/2008
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