O Côrno da minha rua
O Corno” da minha rua
Tem certos tipos de “cornos”
Que são bem peculiares
Enfrentando suas “côrnezas”
De formas particulares,
Ficam inventando estratégias
Pra não ofenderem as egrégias
Santas-damas dos seus lares.
Inventam modos impares
No seu raciocínio insano,
Pois nenhum mal os atinge
Se fugir do desengano,
De num descuido fatal
Dar de cara com o tal
“Ricardão” ou “Pé de pano”.
Meu vizinho passa o ano
Bancando a maior moral,
É grosso com a vizinhança,
Trata aos subalternos mal,
Fugindo ao que lhe desgosta
Ele finge que só gosta
De ouvir forró imoral.
Na sua velha “Rural”
Aplicou sua ciência
De corno recalcitrante
Mas de pouca sapiência,
Colocou um som potente
Que deve ter certamente
Dez mil Watts de potência.
Ele não tem consciência,
É grande, feio e violento,
um tremendo cara-dura
Bravateiro e zuadento,
Numa análise banal
Deve ter o cérebro igual
Ao cérebro de um jumento.
Dá pra saber o momento
Que do bairro se aproxima,
Pois de mais de um quilometro,
O vento que vem de cima
Traz aqui o som possante,
E seu sócio num instante
Vai pastar em outro clima.
Quando ele chega, se anima,
Põe no Máximo o volume,
Do super som, com as músicas
Que nem sevem pra estrume,
E a vizinhança acovardada
fica sofrendo calada
Sussurrando seu queixume.
PS:
Já chamei sua atenção,
Ele ciscou no terreiro,
Mas depois baixou o som
E até ficou mais ordeiro,
Eu não temo entrar no forno
Porquê na casa de corno
Manda quem chegar primeiro.
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Fugindo das Encrencas, e as “bichas” vindo atrás.
Valei-me meu São Lourenço do Catolé do Rocha! Mestre Egídio