TESÃO DO CARA PELO FUSCA - FINAL
Passava a mão, carinhoso,
Na quente lataria do fusca
Balbuciando frases sem nexo
Perdido na mente obtusa
E sobre o capô se deitava
O pingolim já p’ra fora
Pois era chegada a hora
De ter a “mulher” que amava
Naquela estranha intimidade
No caos urbano a céu aberto,
Ele amava o fusca querido
Com gozo e tanto, decerto,
Na lataria deixando escorrer
Seu branco esperma gosmento
Tão asqueroso e nojento
Quanto seu malfadado querer
Depois ficava deitado
Todo contente e satisfeito
No rosto um sorriso feliz
Pelo que acabava de ter feito
E mesmo que o sol escaldante
Queimasse a ele e ao carro
Permanecia tirando sarro
Eufórico, abraçado à amante
Às vezes o dono do carro
Pegava o fanho em flagrante
Com o pingolim em riste
Já seduzindo a “amante”
E gritava desesperado
Brandindo os braços no ar
Quase sem poder falar
Xingando o doido tarado
Este olhava o proprietário
Cheio de espanto e rancor
Com o cara ressentido
Por atrapalhar o seu amor
Mas fugia resmungando
Com seu andar engraçado
De quem é leso e pirado
E se ia resfolegando
Eu nunca soube o seu nome
Apelidei-o de Zé Buchada
Provavelmente tenha sido
Por ter fusca como amada
Mas não fazia jus ao apodo
Pois era um fino magrela
Bem delgado e banguela
Parecendo cabo de rodo
Sobre Zé buchada escrevi
Uma crônica hilariante
Um conto bem engraçado
Com título contagiante
Que despertou num jornal
Excelente reportagem
Descrevendo a imagem
De alguém nada normal
Zé Buchada desapareceu
Assim, repentinamente,
E ninguém soube explicar
Se estava morto ou doente
Foi como se alguém soprasse
Numa lamparina acesa
Aboletada numa mesa
E ela, súbito, apagasse
Há versões contraditórias
Do que realmente ocorreu
Com o cara que amava fusca
Se ainda está vivo ou morreu
Uns falam que o mataram
Por causa do que fazia
Pois de fato enraivecia
E talvez o assassinaram
Boa parte deste cordel
Tem um tanto de verdade
Outro tanto eu inventei
Com minha criatividade
Foi só para descontrair
Todo poeta é inventivo
E basta um só motivo
Para a sua poesia sorrir
Passava a mão, carinhoso,
Na quente lataria do fusca
Balbuciando frases sem nexo
Perdido na mente obtusa
E sobre o capô se deitava
O pingolim já p’ra fora
Pois era chegada a hora
De ter a “mulher” que amava
Naquela estranha intimidade
No caos urbano a céu aberto,
Ele amava o fusca querido
Com gozo e tanto, decerto,
Na lataria deixando escorrer
Seu branco esperma gosmento
Tão asqueroso e nojento
Quanto seu malfadado querer
Depois ficava deitado
Todo contente e satisfeito
No rosto um sorriso feliz
Pelo que acabava de ter feito
E mesmo que o sol escaldante
Queimasse a ele e ao carro
Permanecia tirando sarro
Eufórico, abraçado à amante
Às vezes o dono do carro
Pegava o fanho em flagrante
Com o pingolim em riste
Já seduzindo a “amante”
E gritava desesperado
Brandindo os braços no ar
Quase sem poder falar
Xingando o doido tarado
Este olhava o proprietário
Cheio de espanto e rancor
Com o cara ressentido
Por atrapalhar o seu amor
Mas fugia resmungando
Com seu andar engraçado
De quem é leso e pirado
E se ia resfolegando
Eu nunca soube o seu nome
Apelidei-o de Zé Buchada
Provavelmente tenha sido
Por ter fusca como amada
Mas não fazia jus ao apodo
Pois era um fino magrela
Bem delgado e banguela
Parecendo cabo de rodo
Sobre Zé buchada escrevi
Uma crônica hilariante
Um conto bem engraçado
Com título contagiante
Que despertou num jornal
Excelente reportagem
Descrevendo a imagem
De alguém nada normal
Zé Buchada desapareceu
Assim, repentinamente,
E ninguém soube explicar
Se estava morto ou doente
Foi como se alguém soprasse
Numa lamparina acesa
Aboletada numa mesa
E ela, súbito, apagasse
Há versões contraditórias
Do que realmente ocorreu
Com o cara que amava fusca
Se ainda está vivo ou morreu
Uns falam que o mataram
Por causa do que fazia
Pois de fato enraivecia
E talvez o assassinaram
Boa parte deste cordel
Tem um tanto de verdade
Outro tanto eu inventei
Com minha criatividade
Foi só para descontrair
Todo poeta é inventivo
E basta um só motivo
Para a sua poesia sorrir