TESÃO DO CARA PELO FUSCA - I
Quem já viu alguma vez
Alguém com estranha paixão,
Dessas deveras inusitadas
Que vai além da emoção?
Não falo do mero sentimento
Nem do querer passageiro
Ou do amor de um roqueiro
Tão parecido com o vento
Vagueiam, são ondas do mar.
Falo do desejar obsessivo
Tão ardente quanto fogo
Nascido do anelo impulsivo
De modo que se enraíza
Rasgando as profundezas
E vão enganando as certezas
Tão anormal que inferniza
Eu testemunhei algo assim
Nas minhas muitas andanças
Por esse país tão imenso
Vendo farras e festanças
E digo: fiquei sim, atônito,
Com o caso bem estranho
De um louco meio fanho
Num amor nada platônico
Vi pessoas comendo formigas,
Mulher de bigode brusca,
Mas nunca pensei enxergar
O fanho namorando um fusca
Expressando todo seu carinho
Deitado como se numa cama
Dizendo, em êxtase: “me ama,
Vem me dar tudo, carrinho!”
Tudo bem, eu vou explicar,
Sobre quem estou falando
Para que ninguém vá pensar
Que estou mesmo inventando
Esse cara de voz fanhosa
Era um jovem todo doidão
Que não punhetava com a mão
Mas com “uma” fusca fogosa
Veja só quanta imaginação
A mente consegue engendrar
Para levar um debilóide
À guisa de mulher desejar
Um veículo como esposa
Então,vendo um fusca gama
P’ra ele é a mulher que ama
Chuva com sol, casa a raposa
Lá estava nas ruas ele à toa,
No rosto o seu riso bobão
Parado, andando ou correndo,
Fusca de brinquedo na mão
Olhando p’ra tudo que é lado
Tomado de ânsia sem par
Para ver se vai encontrar
Seu grande amor estacionado
Assim, bastava ele avistar
A “namorada” no acostamento
Para ficar todo excitado
Lembrando um bruto jumento
Que se aproxima caviloso
Daquela a quem pretende ganhar
E como quem vai paquerar
Mostrava-se todo amoroso
...CONTINUA
Quem já viu alguma vez
Alguém com estranha paixão,
Dessas deveras inusitadas
Que vai além da emoção?
Não falo do mero sentimento
Nem do querer passageiro
Ou do amor de um roqueiro
Tão parecido com o vento
Vagueiam, são ondas do mar.
Falo do desejar obsessivo
Tão ardente quanto fogo
Nascido do anelo impulsivo
De modo que se enraíza
Rasgando as profundezas
E vão enganando as certezas
Tão anormal que inferniza
Eu testemunhei algo assim
Nas minhas muitas andanças
Por esse país tão imenso
Vendo farras e festanças
E digo: fiquei sim, atônito,
Com o caso bem estranho
De um louco meio fanho
Num amor nada platônico
Vi pessoas comendo formigas,
Mulher de bigode brusca,
Mas nunca pensei enxergar
O fanho namorando um fusca
Expressando todo seu carinho
Deitado como se numa cama
Dizendo, em êxtase: “me ama,
Vem me dar tudo, carrinho!”
Tudo bem, eu vou explicar,
Sobre quem estou falando
Para que ninguém vá pensar
Que estou mesmo inventando
Esse cara de voz fanhosa
Era um jovem todo doidão
Que não punhetava com a mão
Mas com “uma” fusca fogosa
Veja só quanta imaginação
A mente consegue engendrar
Para levar um debilóide
À guisa de mulher desejar
Um veículo como esposa
Então,vendo um fusca gama
P’ra ele é a mulher que ama
Chuva com sol, casa a raposa
Lá estava nas ruas ele à toa,
No rosto o seu riso bobão
Parado, andando ou correndo,
Fusca de brinquedo na mão
Olhando p’ra tudo que é lado
Tomado de ânsia sem par
Para ver se vai encontrar
Seu grande amor estacionado
Assim, bastava ele avistar
A “namorada” no acostamento
Para ficar todo excitado
Lembrando um bruto jumento
Que se aproxima caviloso
Daquela a quem pretende ganhar
E como quem vai paquerar
Mostrava-se todo amoroso
...CONTINUA