Uma breve história de Urano, Cronos e Zeus
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A população da Grécia
Usando de alegorias
Explicava o real
Por meio de fantasias
E criava tantos deuses
Pra reinarem nos seus dias
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Então conta a tradição
Que havia um lugar
Antes de haver o homem
Ou mesmo a terra e o ar:
Só havia o deus Eros
Nesse caos para reinar
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A partir de Eros veio
Tanta coisa, a seu momento,
Os deuses Gaia e Urano:
A terra e o firmamento;
Depois veio sua prole,
Os filhos do casamento
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Para não perder o verso
Falo dessa relação
Entre Gaia e Urano
Essa nobre ligação
Que tão logo produziu
Titânica geração.
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Ligados pelo deus Eros,
O cupido do amor,
A sua terrível prole
Demonstrou tanto vigor
Doze filhos eles tiveram
De elevado esplendor
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Demonstrando certo medo
O patriarca pensou
Em se proteger dos filhos
E um plano arquitetou;
Para não perder o trono
Uma decisão tomou:
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Colocou os doze filhos
Para passar a viver
Dentro do ventre de Gaia
Com vistas a não perder
O seu poder para um
Dos seus filhos a crescer
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Gaia, porém, não aceita
O tal plano escolhido
E usa de sua força
E do gênio destemido.
Pede ajuda dos titãs
Para destronar o marido
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Todos os filhos recusam
A idéia a se mostrar
Menos um chamado Cronos
Que pretende se vingar
Então marca o momento
De seu pai assassinar
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Urano, ingenuamente,
Numa armadilha cai
Pois no exato momento
Que fecundar Gaia vai
Recebe um golpe de foice
E o filho castra o pai
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Um grande grito de dor
Se apresenta a ecoar,
Tanto sangue, então, escorre
Pela Terra, a lhe pintar.
O seu sêmen se transforma
Na espuma sobre o mar.
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Tudo se modificou
Após a morte de Urano
Cronos logo é louvado
Como titã soberano
E desposa sua irmã
Para concluir seu plano
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Ele, então, escolhe Réia
E marca de se casar
Logo a fecundaria,
Uma ação segmentar,
Porém uma predição
Vinha a lhe amaldiçoar.
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A tal predição dizia:
Você algum dia vai
Sofrer o que do destino
Cruelmente lhe recai
Algo muito semelhante
Ao que fez com o seu pai.
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Cronos era pensativo
No que a sorte lhe traria
Derrotado então por um
Dos seus rebentos seria
E uma forma de evitar
Tal desgraça ele queria
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Penosas foram as noites
De insônia que amargou
Sempre tão preocupado
Tanta coisa ele pensou
E de tanto imaginar
A solução encontrou
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No intuito de impedir
Tão terrível profecia
Tomou uma decisão
Repensada a cada dia:
Cada filho que nascesse
Tão logo o engoliria
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Réia é quem não sentia
Prazer em acalentar
Cada filho que nascia
Pois teria então que dar
O seu pequeno bebê
Para Cronos devorar
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Ela precisava agora
Arquitetar seu intento
Pra tentar salvar a vida
Do seu futuro rebento
Pra que não fosse comido
Logo após o nascimento
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Foi pra um lugar distante
Com tamanha esperteza
Iludindo o velho Cronos
E com ilustre destreza
Deu a luz ao pequenino
No meio da natureza
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Era um bosque de Creta
A paisagem escolhida
Na densa vegetação
De Cronos bem escondida
Foi onde Réia se foi
Pra de Zeus salvar a vida
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Réia pegou uma pedra
E meteu-se a enrolar
Com um tecido bem grosso
Pensando em enganar
A Cronos e entregaria
Para este devorar
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Era mesmo muito boa
A ideia arquitetada
Réia aprimorava o plano
A cada passo na estrada
E depois de tudo certo
Ficou tão aliviada
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Porém Cronos descobriu
Aquele sinistro plano
Percebeu cada detalhe
Tão breve foi o engano
Viu que tinha engolido
Uma pedra e um pano
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O pai muito preocupado
Se encontra por agora
Como quem teme o futuro
E de raiva quase chora
Busca incessantemente
O seu filho mundo afora
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Entre uivos de furor
Cronos pensava consigo
Tinha que se proteger
Do iminente perigo
Pois já via no seu filho
Um futuro inimigo
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E no bosque tão tranquilo
Projetando os rumos seus
Em um ciclo natural
Crescia o menino Zeus
Começando a se tornar
Um grande e temível deus
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Quando este se encontrou
Pronto para o domínio
Realizou cada ato
Com presteza e fascínio
Tudo o que estava previsto
No antigo vaticínio
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Estando bem preparado
Começou a se afirmar
Como um deus poderoso
Naquele nobre lugar
Obrigou o velho Cronos
Cada filho a vomitar
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Cronos é o deus do tempo
Na antiga tradição
Porém Zeus o derrotou
Tão sem dó ou compaixão
Conferindo a cada deus
A imortalização.
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Conto de agora em diante
Como o fato ocorreu
Preocupado com o plano
Zeus em muito se deteu
E procurando ajuda
Para o inferno desceu
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Com a sua esperteza
Foi para aquele lugar
E daquelas profundezas
Ele iria então levar
Os Ciclopes bem armados
Para consigo lutar
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Longa e forte foi a guerra
Que uns dez anos durou
Mas ao final desse tempo
Zeus, tão nobre, triunfou
E fez com o seu pai, Cronos,
O que aqui já se falou
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Eu aqui encerro os fatos
Desta narração simplória
Que fala dos deuses gregos
Relembrando suas glorias
A mitologia viva
Que entrou para a história
35
C-om muita simplicidade
R-elembrei a tradição
O-s poderes do passado
N-o tema “religião”
O-stentando essa influencia
S-obre a antiga nação.
@gilliardsantos47