Cordel astral

Fui perguntar aos astros

O quão perfeito é o nosso amor.

Marte falou primeiro,

Num impulso verdadeiro,

Que nosso amor é guerreiro

Por não ter medo da dor.

Saturno, mais oportuno,

Não deixou de se impor.

Disse, num tom maduro,

Que o amor pode ser duro,

Mas, mesmo sem crer no futuro,

Crê no futuro do nosso amor.

Mercúrio pediu a palavra

E explicou com a razão:

Que não existe amor perfeito.

Porque amor que não tem defeito

Não se define como amor,

Considera-se paixão.

A Lua foi nua e crua,

E falou com sentimento,

Que o amor nos olhos dela

É igual ao amor aqui dentro.

Dando luz ao nosso caso,

Diz que não é por acaso

Que isso vai dar casamento.

Urano, pra variar,

Não rotulou o amor da gente.

Disse só que é diferente

O nosso jeito de amar.

Júpiter filosofou,

Falando da nossa jornada.

Disse que nosso amor é casa,

Mesmo quando a casa é estranha.

Netuno falou bem pouco,

Pois preferia rezar.

Pro nosso amor deste mundo,

Continuar tão profundo

Como já foi em um outro lugar.

O Sol se agigantou

E chamou a minha atenção.

Sua frase foi uma só,

Mas aqueceu meu coração:

“Eu sou Ela”, disse ele.

E eu não discordo, não.

Plutão foi um pouquinho

Mais difícil de entender.

Ele afirmou que o amor perfeito

Só nasceu no nosso peito

Porque a gente soube morrer.

E Vênus ficou por último,

Porque de amor entende mais.

Disse que um amor desse jeito

É uma escolha dentro do peito,

Que a gente até pensa a respeito,

Mas é o amor da gente que faz.

Ray Romântico
Enviado por Ray Romântico em 29/03/2025
Código do texto: T8297425
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