Madrinha Gabriela
Na infância, doce memória,
Uma tia, um grande amor,
"Madrinha", era a história,
Que o tempo não apagou.
Na fazenda do Eurico,
Piscina improvisada,
Com ela, num abraço rico,
A alma era acalmada.
Cabelos longos, qual rio,
Apego que não se esvai,
Confidente, um desvario,
Dos seus amores, eu fui.
O casamento, um retrato,
Carro preto, a conduzir,
Lua de mel, um barato,
Em Aparecida, a sorrir.
No Cruzeiro, a nova casa,
Uma noite, a insistir,
A saudade, que arrasa,
Sempre a me perseguir.
Em cada volta à cidade,
A casa, um porto seguro,
Do avô, a lealdade,
Um laço puro e maduro.
Lugares, histórias, cores,
Um pé de laranja, só nosso,
Lembranças, tantos amores,
Que o tempo não fez destroço.
Gabriela, eterna luz,
No coração, a brilhar,
Um amor que seduz,
E nunca vai se apagar.