Um coração entristecido exibe ao mundo a sua dor

Quando chora amargurado,
Extravasando grande agonia,
O cara abre a porta devagar
Permitindo a fuga da alegria
E vê murchar o sorriso da flor
Deixando o sol aborrecido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor


Lágrimas grossas vão caindo
O dia demora a amanhecer
Até o olhar se torna vago
Difícil a melancolia arrefecer
Ele, então, desiste do amor,
Porque está bastante sofrido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor


É bem perceptível esse sofrer
Pois que expresso em seu olhar
Não fica difícil perceber
Que não tem vontade de amar
A mais ninguém, seja quem for,
Esse é o retrato do abatido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor


Não adianta persuadi-lo
A encarar qualquer diversão
No recôndito de sua alma
Não sente nenhuma emoção
(O santo é maior do que o andor)
A rotina é pranto incontido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor

O jardim florido é mero detalhe
A lua perdeu toda sua graça
Ele se volta para o silêncio
Foi-se a antiga pertinácia
O pôr-do-sol não tem mais cor
O céu ficou descolorido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor


O tempo todo é só chorando
Não há mais traços da euforia
Até o sorriso o abandonou
Partindo c’a extinta alegria
Nada mais tem do velho ardor
Seu fogo está esmorecido,
Um coração entristecido
Exibe ao mundo a sua dor
Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 21/01/2008
Reeditado em 30/08/2008
Código do texto: T826519
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