ROMANCE À BEIRA MAR
Numa manhã de domingo,
De sol além do normal,
Pedro estava em sua sala
Sob um calor infernal.
Do sofá ele avistava
Que sua mobília estava
Com poeira sem igual.
Achou que era natural
A circulação do ar,
Carregado de poeira
Para em todo canto entrar,
Porém já tinha notado
Que o mais empoeirado
Foi sempre o primeiro andar.
Começou a procurar
Uma boa distração,
Com o controle remoto
Ligou a televisão.
Mesmo sendo um assinante,
Não viu nada interessante
Pra prender sua atenção.
Com aquele calorão
Se sentia entediado,
Desejava fazer algo
Pra ficar mais animado.
Pegou o seu celular,
Tentou se atualizar,
Mas ficou mais irritado.
Ele ficou revoltado
Com as notícias que lia,
Pois só via bandidagens,
Reinando no dia a dia.
Gente morrendo a facadas,
Políticos nas marmeladas
E o povo só na agonia.
Quebrando a monotonia
E vendo o sol penetrar,
Por toda sua varanda
E a sala se clarear,
Lembrou-se de Karolina,
Uma bonita menina
Que mora no quarto andar.
Ele ficou a pensar
Em toda beleza dela,
E já vinha, há vários dias,
Sonhando e pensando nela.
Sempre a cumprimentava,
Porém nunca demonstrava
Que estava doido por ela.
Quando a via na janela
Seu coração palpitava.
Ela sempre bem simpática,
Porém pouco conversava.
Ele ficava encantado,
Muito mais apaixonado
Cada vez que a avistava.
Toda vez que ela passava
Lhe desejando bom dia,
Ele sentia o seu peito
Transbordando de alegria.
E por onde ela passava
Seu cheiro predominava
Por muito mais de um dia.
Porém ele não sabia
Se essa sua pretensão
Agradava a Karolina
Ou era só ilusão.
Decidiu ir pra paquera,
Porque seu desejo era
Conquistar seu coração.
Naquele momento, então,
Ouve uma voz de repente.
Era a voz de Karolina
Que passava ali em frente.
Da varanda ele a avistou
E logo a cumprimentou
Bem feliz e sorridente.
Ele, delicadamente,
Sem demora a perguntou,
Se ela estava indo a praia,
Ela disse: sim, estou!
Ele sem pestanejar,
Decidiu aproveitar,
E lhe disse: eu também vou.
Ela, assim que escutou,
Respondeu à abordagem,
Eu e minha amiga Rose
Vamos pra Boa Viagem.
Ele disse eu saio já,
A gente se vê por lá.
Vou arrumar a bagagem.
Ele correu pra garagem,
Mas lhe perguntou assim:
E lá em Boa Viagem,
Você fica em qual jardim?
Ela falou no terceiro.
Ele disse eu vou ligeiro,
Mas não espere por mim.
Ele que já tava afim,
Agora estava encantado.
Acalmando o coração,
Que antes tava entediado.
Pois teria Karolina,
Aquela linda menina,
Por quem era apaixonado.
Sem ter nada planejado,
Ele seguiu seu destino,
Estava tão empolgado
Que perecia um menino.
E logo que ele chegou,
Pela areia caminhou
Seguindo seu próprio tino.
Com o faro de um felino
E olhos d’ave de rapina
Olhou pra todas barracas
Procurando Karolina.
Quando, enfim, a encontrou
Seu coração palpitou
Parecendo gelatina.
E com toda adrenalina
Resolveu se aproximar.
Karolina docemente
O convidou pra sentar.
Depois de troca de olhares,
Em meio aos raios solares,
Começaram a conversar.
Resolveram entrar no mar
E logo se aproximaram.
Depois de muitas carícias,
Eles pouco conversaram.
E sob o mar de águas quentes,
Com corpos efervescentes
Se abraçaram e se beijaram.
Depois que se conquistaram,
Num romance à beira mar,
Eles ficaram felizes
E prometeram se amar.
Juraram fidelidade,
Pois queriam na verdade
Ver o amor se eternizar.
Com um romance no mar
Tudo virou melodia.
E com abraços salgados
O mar quente os acolhia.
A Karolina sereia
Pediu para ir pra areia
Porém, Pedro não podia.
Karolina o entendia
Por isso, saiu do mar.
E deixou Pedro sozinho
Pra nadar e mergulhar.
E ele ali levantado
Demorou mais um bocado
Para a água o acalmar.
Pedro feliz a nadar,
De feliz até sonhava.
Eu conquistei Karolina
Só era no que pensava.
Com o entusiasmo seu,
Nadou tanto que esqueceu
Do mar onde se encontrava.
No mar onde ele nadava
Tinha placa de atenção,
Pra nadar na maré cheia,
Havia proibição.
Ele sem tomar cuidado
Saiu do mar carregado
Mordido por tubarão.