PERSONA NON GRATA

 

Vou contar em versos claros,

De uma verdade vivida,

Forçar minha presença é ato

Que machuca e não convida.

É como deixar a ausência

Perder a sua medida.

 

Se em lugar não sou querido,

Por que ali devo estar?

É melhor seguir meu rumo,

Deixar o tempo passar.

Pois insistir na presença

É a alma abandonar.

 

Ser “persona non grata” é

Deixar de ser bem-vindo.

É notar que o ambiente

Já não é mais tão lindo.

Melhor partir em silêncio,

Pois forçar é um deslindo.

 

Assim vou traçando o norte,

Sem mágoa ou desventura.

Que cada um siga em paz,

Na sua própria estrutura.

Respeitar o espaço alheio

É da vida a base pura.