Olhar de poeta
Fazer versos logo cedo
Traz muita satisfação
Despertar com poesia
Meu amor, minha paixão
Forja em mim uma certeza
Não fugiu a inspiração.
Ela já foi renovada
Ao ver novo ano nascer
Estou certo que um poeta
Consegue enxergar e ver
Um sentido diferente
Amplia seu perceber.
Um mortal vê uma pedra
Poeta vê poesia
Muitos olham paras nuvens
Não vê tanta fantasia
O poeta vê o mundo
Com um toque de magia.
Vendo o desenho do Príncipe
Um chapéu vê um normal
Mas é claro que um vate
Tem olhar especial
Enxerga logo a jibóia
Comendo enorme animal.
Não tenta tudo explicar
Limitado por razão
Cartesianismo tolo
Todo poeta abre mão
Seu olhar vai pro infinito
Não se apega a perfeição.
Neruda olhou pra cebola
Fez um ode transcendente
Endeusou o vegetal
Com poesia diferente
É isso que faz poeta
Com olhar mais abrangente.
Árvore pode ser árvore
Sem um apurado olhar
Só caule, tronco mais frutos
Poeta vai enxergar
Universo tão sagrado
Que nem pode imaginar.
No corpo de uma mulher
Poeta vê harmonia
Ver o caminhar da graça
Da beleza e da magia
Desfilando pela praia
Em Ipanema de dia.
Ver beleza na criança
Isso é comum de se ver
Mas enxergar o sagrado
Que carrega infante ser
Co' especial sutileza
Bardo consegue fazer.
Se um dia eu for poeta
E conquistar esse olhar
Vou melhorar a poesia
O meu jeito de versar
Hoje sou só aprendiz
Cego no mundo a vagar.
Salvador, 01/01/25