As baratas querem ler?
Vou contar para você
Um certo acontecimento
Que se deu na minha casa
Um triste pressentimento
Uma invasão de baratas
Nos cordeis que eu invento.
Tantos livros na instante
Dispostos a qualquer um
Inclusive às baratas
Para fazerem seu tchum
Mas as danadas quiseram
Os cordeis, que zumzum.
Quando dei fé do evento
De leitura das baratas
Dos meus cordeis produzidos
Guardados para as atas
Do comércio e escolas
Deixei todas elas chatas.
As bonitinhas fizeram
Do armário o seu lar
E os cordeis aqueceram
Propíciou o morar
Mas ouça agora a merda
Que deixaram no lugar.
Mais de cinquenta baratas
Em menos de uns três dias
Nesse local onde guardo
Os cordeis, com garantias
Invadiram e cagaram
Cada página e vias.
Um fedor que não te conto
Pra você não desmaiar
Mas imagine o cheiro
De merda em um lugar
Junto com vários ovinhos
Que estavam a procriar.
Elas saíram voando
Tudo pra cima de mim
Eu já tonta com o cheiro
Pensei: pronto, é o fim.
Peguei logo a chinela
Matei tintim por tintim.
Vou dizer,que prejuízo
No meu setor financeiro
Foram pra mais de duzentos
Cordeis nesse tal bosteiro
Um cheiro que mata um
Sufoca e mata ligeiro.
Ah, danada da barata
Vinda da casa vizinha
Acabou com meus cordeis
Com o dinheiro que vinha
Na venda de cada um.
Deixou-me triste e lisinha.