Sou poeta cordelista,
tão poeta e sou humano
disso eu não me engano
quando vi naquela pista
o carro sumir da vista
dentro da declividade
com a grande quantidade
de grito sendo lançado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
Numa tarde tão bonita
tanta gente embarcou,
com seu filho programou
aquela normal visita,
uma toalha de chita,
com fartura à vontade
com grande felicidade
o destino foi tomado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
Porém aquela ladeira
tão erguida e sinuosa
tornou-se impiedosa,
e na tarde rotineira
puxou para a ribanceira
tanta gente da cidade,
que pediu a piedade
do Senhor entronizado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
Numa serra conhecida
pelo grito de Palmares,
ecoava pelos ares
muita voz entristecida
que terminou a partida
com grande fatalidade,
e no fim daquela tarde
o tempo passou parado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
Conhecia tanta gente
que na hora me choquei
porque não acreditei,
em tamanho acidente,
e naquele ambiente
tem muita tranquilidade,
mas o caso na verdade
me deixou emocionado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
O resgate se empenhou
e tinha muita ambulância,
mas a grande importância
foi de quem se motivou,
e na hora que tombou
grande foi a caridade
do morador da cidade
que ficou desesperado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
Eu chorei feito criança,
grande foi o meu lamento,
pois ganhei o livramento
e teci a esperança,
acredito na bonança
e também na humildade,
na Santíssima Trindade,
e no Senhor Consagrado.
O dia ficou nublado
na terra da liberdade.
(25/11/2024)