Sertanópolis
A versão mais contada
É aquela onde o caba
Além de ser mentiroso
Sabe fazer piada
Venho de um lugar muito pequeno
Onde a língua é o puro veneno, de uma cobra enjaulada.
Se aproxegue seu menino
hoje é sexta-feira
dia de correr poeira, aqui no banquinho dessa praça
Vai chegando meia noite
você ouve os açoite, nas costas daquele velho beberão
Onde cai e não se levanta do chão.
"Oxente, o que é aquilo?
Será que é uma família brigando?"
Ah não, é só a guela deles se estambocando
De tanto escutar zuada, fui motivo de piada
Onde chego dou risada, conto todas às aimadas
Daquela minha cidade pequena, fofoqueira e pacata.
Dessa cidadezinha
tão cheia de encanto
O zelo se esconde
Mas pulsa em cada canto
Ah se o povo soubesse que beleza ela tem
A pequena cidade brilharia como ninguém
Quatro da manhã, a lagoa começa a piscar
Eu me pergunto " o que será?"
Chegando mais de perto
Eu sinto a brisa do deserto
Pescadores buscando seu alimento
Onde vendem e ganham seu sustento.
Subindo a escadaria
Sinto de longe a alegria
De uma casa chamada Arthur Ramos
Onde o boi do canário dança
e eu me encanto
Que cultura tem o povo alagoano.
Dona menina, sente aqui comigo
Quero te contar um acontecido
Pensativo hoje estou
sinto apenas uma dor, do meu prefeito falecido
pré candidato Frederico
Um bode pilarense jamais esquecido.
E como diz meu amigo Nelson da sanfona
"Relampeou lá pras bandas de Pilar
Esse ano vou pra lá, visitar onde eu nasci
Quero andar no Lamarão engenho novo
Quero visitar meu povo
Que eu nunca esqueci".
Vem chegando o são João
Com ela vem a tradição
Milho, canjica, cocada e mungunzá
Que na nossa mesa não pode faltar
Com muita fé acendo minha fogueira
Pra mais um ano de forrozeira, saúde e brincadeira.
São João é tempo de festa
Alegria, animação
Onde o povo faz fogueira
E já é uma tradição
Comer muito milho verde,
Ver quadrilha no salão.